O número de recordes mundiais num ano marcado pela pandemia, quase dobrou o de 2019, apesar do reduzido número de meetings e do adiamento dos Jogos Olímpicos
Muitos pensaram que face aos muitos condicionalismos causados pela pandemia, que 2020 ia passar à história do atletismo como um ano perdido. Afinal, e apesar de tudo, foram batidos 13 recordes mundiais!
A World Athletics elegeu dois saltadores, o sueco Armand Duplantis na vara e a venezuelana Yulimar Rojas no triplo salto, como os melhores atletas mundiais do ano. Mas a maioria dos grandes feitos desportivos foi obra dos fundistas. “Quantos recordes mundiais terei de bater para ser reconhecido como o melhor atleta do ano? Parece pelo menos três”, disse o ugandês Joshua Cheptegei.
Na verdade, os 15,43 m obtidos por Yulimar Rojas no dia 21 de Fevereiro em Madrid, novo recorde mundial em pista coberta, foram anteriores à pandemia.
O caso da Duplantis é semelhante ao de Yulimar Rojas. No meeting disputado em Glasgow, em 15 de Fevereiro, o sueco saltou 6,18 m, novo recorde mundial em pista coberta. Mais tarde, já em plena pandemia, saltou 6,15 m, melhor marca mundial ao ar livre.
Durante o confinamento, Duplantis animou o deprimente cenário desportivo com os saltos no jardim da sua casa, aos quais se juntaram, o francês Renaud Lavillenie e o norte-americano Sam Kendricks.
Joshua Cheptegei, de 24 anos, derrubou dois recordes mundiais que já duravam há muitos anos. Em 16 de Fevereiro, ele bateu o recorde mundial dos 5 km estrada, no Mónaco, com o tempo de 12.35,36 e oito meses depois, em 7 de Outubro, conseguiu bater o recorde dos 10.000 m com 26.11,00.
Outros recordes mundiais foram batidos por atletas do sexo masculino: 10 km estrada por Rhonex Kipruto em 26m24s (Valência); Uma hora por Mo Farah com 21.330 m (Bruxelas); Meia Maratona por Kibiwott Kandie em 57m32s (Valência);
Em femininos, tivemos os 5.000 m por Letesenbet Gidey m 14.06,62 (Valência); Uma hora por Sifan Hassan com 18.930 m (Bruxelas), Estafetas 4×1.500 m pela Nike Bowerman em 16.27,02 (Portland) e por três vezes (!) na Meia Maratona: Peres Kipchirchir com 1h05m34s (Praga) e 1h05m16s (Gdynai) e Abadel Yeshaneh em prova mista com 1h04m31s.
Se 2020 foi um péssimo ano para milhares de atletas, para alguns, foi excelente!