Excelente a quarta jornada do Mundial de Doha, com finais para todos os gostos e grande relevo para a russa Mariya Lasistkene, que passou 2,04 na altura, e para a queniana Beatrice Chepkoech, que bateu o recorde dos campeonatos nos obstáculos, com 8.57,84, depois de correr completamente isolada desde início.
Grande exibição da russa Mariya Lasitskene na altura, “limpando” todas as alturas entre 1,84 e 2,04 (incluindo 2,00 e 2,02) para se sagrar campeã mundial pela terceira vez consecutiva. Tentou depois 2,08, mas sem êxito. Excelente a ucraniana Yaroslava Mahuchikh, com novos recordes mundiais juniores a 2,02 (à primeira) e 2,04 (à terceira), não tentando mais. Fechou o pódio, a norte-americana Vashti Cunningham, com 2,00. Excelente prova, com quatro atletas a 2,00 ou mais.
Emocionante a final de 5000 metros, com os etíopes a dominarem no final, depois de um ataque (eventualmente prematuro) do ainda júnior (!) Jakob Ingebrigtsen na última volta (acabou 5º com 13.02,93). O triunfo foi para Muktar Edris, que manteve o título conquistado há dois anos, agora com 12.58,85, contra 12.59,70 de Selemon Barega, de apenas 19 anos e já campeão mundial juvenil e júnior. Fechou o pódio Mohammed Ahmed (Canadá), com 13.01,11. O melhor queniano, Jacob Krop, foi apenas sexto, e o vice-campeão olímpico Paul Chelimo (EUA) foi sétimo. Dos irmãos noruegueses, Henrik foi 13º e Filip (que acompanhou sempre o irmão Jakob) desistiu na parte final.
Ao invés, os 3000 m obstáculos tiveram na recordista mundial (mas “apenas” quarta nos últimos Jogos e Mundiais), Beatrice Chepkoech, a grande vedeta. Isolou-se (e bem) logo no primeiro quilómetro (2.51,95) e não mais cedeu, andando cerca de 50 metros à frente das demais. No final, bateu o recorde dos campeonatos, com 8.57,84, ganhando com quatro segundos e meio de vantagem sobre a campeã de 2017, a norte-americana Emma Coburn (9.02,35), e cinco segundos e meio sobre Gesa Krause, que bateu o recorde da Alemanha (9.03,30)
Surpresa nos 800 m, com o triunfo da ugandesa Halimah Nakaayi, com um recorde nacional de 1.58,04, à frente de duas norte-americanas, Raevyn Rogers (1.58,18) e a favorita Ajee Wilson (1.58,84).
Depois de ter sido vice-campeão mundial e europeu, o sueco Daniel Stahl chegou finalmente ao título mundial no disco, com 67,59 (com mais dois ensaios acima dos 67 metros: 67,18 e 67,05). O jamaicano Fedrick Dacres foi segundo, com 66,94. O austríaco Lukas Weisshaidinger fechou o pódio, com 66,82.
Na última final do dia, a dos 400 m barreiras, não houve surpresa. O recente recordista europeu (46,92), o norueguês Karsten Warholm, marcou boa superioridade e renovou o seu título mundial com 47,42, contra 47,66 do norte-americano Rai Benjamin e 48,03 de Abderrahman Samba (Qatar).
Os Estados Unidos dominam o “medalheiro”, com 4 títulos e um total de 13 medalhas, contra seis medalhas da China.
Cátia Azevedo aquém do que vale
Cátia Azevedo não esteve bem nas eliminatórias de 400 metros. O objetivo meias-finais não era fácil mas seria possível (a última apurada por tempos gastou 51,85). Partiu forte mas ressentiu-se na parte final, caindo para o 5º lugar com 52,79, a sua oitava marca desta época, longe do seu recorde nacional de 51,62. Acabou por obter a 40ª marca entre as 48 concorrentes. A melhor foi a norte-americana Wadeline Jonathas, com 50,57, e a série de Cátia (a 1ª) foi ganha por outra norte-americana, Phyllis Francis, com 50,77, a quarta marca do dia.
Nas outras eliminatórias e qualificações do dia, destaque para as meias-finais de 200 metros, com dois atletas abaixo dos 20 segundos: Noah Lyles (EUA), com 19,86, e Alex Quiñonez (Equador), com 19,95. Fora da final, ficou o nigeriano Divine Oduduru.
A chinesa Huihui Lyn foi a melhor na qualificação do dardo, com 67,27; a britânica Dina Asher-Smith fez 22,32 nas eliminatórias de 200 m, marcada pela desqualificação da nigeriana Blessing Okagbare e pela ausência de Marie-Josée Ta Lou (Costa do Marfim); e o espanhol Orlando Ortega liderou nos 110 m barreiras, com 13,15, enquanto o norte-americano Daniel Roberts (13,00 esta época) foi desclassificado.
Esta terça-feira, não teremos portugueses a atuar, na 5ª jornada do Mundial, marcada por quatro finais: vara (M) às 18.05h; dardo (F) às 19.20h; 800 m (M) às 20.10 h; e 200 m (M), às 20.40 h.
Na 4ª feira, será a vez de Irina Rodrigues e Liliana Cá na qualificação do disco; e na 5ª feira, as três triplistas (Patrícia Mamona, Susana Costa e Evelise Veiga) tentarão passar à final e Francisco Belo lançará o peso.