Marco Fortes nasceu em 26 de Setembro de 1982, em Lisboa. Filho de pais cabo-verdianos que há vários anos estavam em Portugal, iniciou-se no atletismo aos nove anos nas Escolinhas da Câmara Municipal de Lisboa, na Ameixoeira. Em entrevista à Revista Atletismo (Junho de 1999), quando foi eleito Revelação do Mês, confessou que “não tinha jeito nenhum e era sempre último, quer nas corridas, quer nos lançamentos”… E acrescentava: “eu era pequenino e gordinho, parecia uma bolinha. Mas gostava, aquilo era engraçado, divertia-me”.
Marco Fortes cresceu depois bastante. E quando chegou ao limite de idade para permanecer nas Escolinhas da Câmara, foi aconselhado a ir ao Sporting. Marco Fortes já não era dos últimos, embora não se salientasse especialmente.
No Sporting, no final da época como iniciado de primeiro ano (1997), era o segundo lançador nacional iniciado de peso. Mas ele preferia o salto em altura e as barreiras. No entanto, problemas nos joelhos e nas costas obrigaram-no a optar mesmo pelos lançamentos. Cresceu bastante (com 16 anos já tinha 1,89 m e mais de 100 kg de peso) e rapidamente se tornou o melhor juvenil nacional. E não mais parou de lançar o peso.
Em 1999, como juvenil, brilhou ao ganhar o Festival Olímpico da Juventude Europeia e levou o recorde nacional do peso (5 kg) de 18,34 a 18,98. Como júnior, foi batendo o recorde nacional (então com o peso de 7,26 kg) de 16,22 em 2000 até 18,02 em 2001, ano em que foi terceiro no Europeu da categoria. E, como sub’23, bateu os recordes de 16,55 em 2000 a 18,76 em 2002, o seu primeiro ano neste escalão. Seguiram-se quatro épocas sem progressão. Na origem do problema esteve a impossibilidade do seu treinador, Vladimir Zinchenko, o acompanhar. Ele havia terminado o contrato com o Sporting e, para sobreviver, montou uma oficina de automóveis, deixando de ter tempo para o treinar. Só estava com ele alguns dias. Valeu-lhe, então, o técnico cubano Gustavo Ventura, contratado pela Federação e que por cá permaneceu dois anos (2005 e 2006). Teve que regressar mas, entretanto, a Federação voltou a financiar Zinchenko e Marco Fortes encetou um período de grande progressão: 18,74 em 2006 até 21,02, recorde nacional fixado em 2012, a sua melhor época.
Em 2013, uma lesão nas costas limitou-o bastante, terminando a época com 20,22 como melhor marca, apenas a 26ª da sua carreira. Regressou às grandes marcas em 2014, com 21,01 na Taça da Europa de Lançamentos, em Leiria (foi novamente segundo), mas não esteve inteiramente feliz no Mundial de pista coberta e no Europeu ao ar livre. No final da época, teve que ser operado a uma rotura parcial do tendão rotuliano do joelho esquerdo, facto que o limitou em 2015, ano em que perdeu o recorde nacional e a liderança do ranking para Tsanko Arnaudov.
Em 2016 e 2017, também esteve abaixo das suas possibilidades. Melhorou em 2018, chegando aos 19,10 no peso.
Recordes nacionais no peso
(21,02 em 2012 – batido em 2015) e de pista coberta (20,91 em 2012), de sub-23 (18,76 em 2002) e de juniores (18,02 em 2001)
Títulos nacionais
Campeão de Portugal no peso de ar livre (2002 a 2014) e pista coberta (2001 a 2003 e 2005 a 2014); campeão no disco em 2009 e 2011
Recordes pessoais
Peso – 21,02 em 2012
Disco – 58,32 m em 2009
Internacionalizações (ar livre) – 37:
– Jogos Olímpicos de 2008 e 2012
– Campeonatos do Mundo de 2009, 2011 e 2013
– Campeonato da Europa de 2010, 2012, 2014 e 2016
– Campeonatos Ibero-Americanos de 2004 (7º), 2010 (1º) e 2016 (2º)
– 10 Taças da Europa de Lançamentos de 2003, de 2005 a 2012 e 2014 (1º em 2012, 2º em 2008, 2011 e 2014)
– 15 Taças da Europa/Europeu de Seleções de 2000 a 2015
Internacionalizações (pista coberta) – 11:
– Campeonatos do Mundo de 2008, 2010, 2012 e 2014
– Campeonatos da Europa de 2002, 2009, 2011 e 2013
– 3 Portugal-Espanha (2001, 2002 e 2003)
Internacionalizações jovens:
– Camp. Europa de Sub-23 de 2003 (12º)
– Camp. Europa de Juniores de 2001 (3º)
– Campeonato do Mundo de Juniores (no disco)
– Jornadas Olímpicas da Juventude Europeia de 1999 (1º)
– PARABÉNS MARCO FORTES!