Rui Silva nasceu em 3 de Agosto de 1977 em Santarém. Representou o Estrela Ouriquense entre 1993 e 1996, o Sporting CP desde 1997 até 2017 e depois o SL Benfica, com funções também de treinador. Em 2019, passou a fazer parte dos quadros da Federação Portuguesa de Atletismo.
Jogou futebol como iniciado no União de Santarém mas foi no atletismo que se destacou logo aos 15 anos no Estrela Ouriquense. E, até júnior, dominou no corta-mato (três vezes campeão nacional) e na pista (quatro vezes campeão em 1.500 e 3.000 m).
Em 1995, foi oitavo na final de 1.500 metros do Europeu de Juniores e no ano seguinte, tinha a melhor marca no Mundial entre os concorrentes aos 1.500 metros. Mas não estava preparado para correr três vezes a distância em dias seguidos e acabou por ser sexto na final.
Ao subir a sénior, aceitou um convite do Sporting CP. Progrediu rapidamente e bateu o recorde nacional dos 1.000 metros que durava há 16 anos e pertencia a Carlos Cabral que seria mais tarde o seu sogro.
Logo na sua primeira grande competição internacional, sagrou-se campeão europeu de pista coberta, em Valência. Foi em 1998 e, poucos meses depois, Rui Silva chegava a vice-campeão europeu ao ar livre em Budapeste.
No ano seguinte, para além de se sagrar campeão europeu de sub-23, bateu recordes nacionais de quatro distâncias (1.000 m, 1.500 m, milha e 2.000 m), com especial relevo para os 3.30,88 nos 1.500 metros. No Mundial de Sevilha, no entanto, o azar bateu-lhe à porta, ao cair na meia-final, quando era um dos candidatos à luta pelas medalhas na final.
No inverno do ano 2000, apostou nos 3.000 metros. Conseguiu 7.39,44 em pista coberta e foi vice-campeão europeu.
Chegou aos Jogos de Sydney’2000 como um dos vários candidatos às medalhas mas desiludiu e foi apenas 13º na eliminatória, sendo eliminado.
No entanto, rapidamente se recompôs. No Mundial de pista coberta de Lisboa’2001, conquistou a medalha de ouro. No ano seguinte, sagrou-se novamente campeão europeu em Viena’2002, enquanto, ao ar livre, ganhou a medalha de bronze no Europeu de Munique’2002 e foi quinto em 2003, no Mundial de Paris. As suas marcas em 1.500 metros – 3.30,36 em 2001 e 3.30,07 em 2002 – eram das melhores do Mundo e levavam-no a adiar a ideia de se dedicar preferencialmente aos 5.000 metros.
O ponto mais alto da sua carreira surgiu em 2004, nos Jogos Olímpicos de Atenas, onde conseguiu uma inesperada medalha de bronze, que aliás seria confirmada no ano seguinte, no Mundial de Helsínquia.
Seguiu-se um longo período de problemas físicos, que o afastaram das principais competições de pista coberta e ar livre, nomeadamente o Europeu de 2006, o Mundial de 2007 e os Jogos Olímpicos de 2008.
No início da época olímpica de 2007/2008, Rui Silva mudou-se com a família, do Cartaxo, onde vivia, para a Maia, para poder treinar com João Campos, depois de dez anos sob a orientação de Bernardo Manuel. Tudo parecia estar a correr bem e em Dezembro, de forma surpreendente, conseguiu um terceiro lugar no Europeu de Corta-Mato. Mas em Fevereiro, quando se preparava para o Mundial de Pista Coberta, foi-lhe detetada uma fratura de fadiga num pé, à que se seguiu uma hérnia inguinal (com pubalgia associada). Esteve sem competir mais de quatro meses e, quando regressou, no início de Julho, já não foi a tempo de conseguir os mínimos para os Jogos Olímpicos de Pequim’2008.
A época de 2009 parecia estar a correr muito bem, tendo-se sagrado campeão europeu em Turim, novamente em 1.500 metros. Teve depois problemas na preparação para o Mundial de Berlim e acabou por falhar a presença na final.
A partir da nova época, o objetivo passou a ser os 5.000 metros. A transição, no entanto, não foi a melhor devido a mais lesões. E a sua melhor classificação no Mundial de Daegu 2011 acabou por ser nos 10.000 m (11º). Venceu o Troféu Ibérico tornando-se o primeiro estreante português na distância a baixar dos 28 minutos (27.53,55).
Rui Silva quis apostar ainda na maratona. Depois de lesões que o impediram de correr as maratonas de Roterdão e Londres, conseguiu em Berlim ser nono com 2h12m16s. Atualmente, é treinador entre outros, de Isaac Nader.
Palmarés (em 1.500 m salvo indicação)
· Medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas’2004
· Medalha de bronze no Campeonato do Mundo de Helsínquia’2005
· Vice-campeão europeu em Budapeste’1998 e terceiro em Munique’2002
· Campeão mundial de pista coberta em 2001 e vice-campeão (3000 m) em 2004
· Campeão europeu de pista coberta em 1998, 2002 e 2009; vice-campeão em 2000 (3000 m)
· Segundo na Taça do Mundo de 1998
· Terceiro no Europeu de Corta-Mato de 2007
· 24º no Mundial de crosse curto de 2000
· 11 presenças nas Taças da Europa/Europeu de Seleções (1998 a 2006, 2009 e 2011)
· Campeão europeu de sub-23 em 1999
· Finalista no Europeu de Juniores de 1995 (8º) e no Mundial de Juniores de 1996 (6º)
Internacionalizações
· 31 vezes internacional: em pista (incluindo 2 Jogos Olímpicos, 6 Mundiais e 2 Europeus) e em pista coberta (incluindo 4 Mundiais e 5 Europeus) e 3 em corta-mato (1 Mundial e 2 Europeus)
Títulos nacionais (22)
· Pista (7): 800 m (2002, 2003, 2004, 2005 e 2009) e 1500 m (1999 e 2001)
· Pista coberta (6): 800 m (2001 e 2009), 1500 m (1998, 2000 e 2009), 3000 m (2001)
· Corta-mato (9): curto (2000, 2001, 2002, 2003, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013)
Recordes nacionais como sénior
· Recordista de pista ao ar livre de 800 m, 1.000 m, 1.500 m, milha e 2000 m.
· Recordista de pista coberta de 800 m, 1.000 m, milha, 2.000 m, 3.000 m e 5.000 m
Recordes pessoais
800 m | 1.44,91 | 2002 |
1.000 m | 2.16,30 | 1999 |
1.500 m | 3.30,07 | 2002 |
Milha | 3.49,50 | 2002 |
2.000 m | 4.54,66 | 1999 |
3.000 m | 7.39,44 | 2000 |
5.000 m | 13.19,20 | 2004 |
10.000 m | 27.53,55 | 2011 |
1/2 Marat. | 1.02,40 | 2012 |
Maratona | 2.12,16 | 2013 |
– PARABÉNS RUI SILVA!