A lenda liga as Festas do Bodo a uma praga que atingiu os pombalenses e a uma mítica D. Maria Fogaça. Diz a tradição que uma praga de gafanhotos e lagartas afligiu os pombalenses, invadindo as suas habitações, contaminando os alimentos, e até caindo em nuvem dentro dos vasos onde as mulheres levavam a água, obrigando ao uso de um pano para a coar. Esta vexação era tão insuportável que obrigou o povo a ir à Igreja de S. Pedro, então Matriz da Vila, e aí principiarem uma procissão de preces, que acabou na Capela de Nª Senhora de Jerusalém. Realizou-se missa, prometeu-se uma festa, se os livrasse da grande calamidade.
A Santa atendeu os rogos e súplicas do povo aflito, porque na manhã seguinte já o terrível inimigo tinha evacuado os campos e as searas. Reconhecido o milagre, celebrou-se nova missa solene, ajustando-se desde logo as festas para o ano vindouro.
No ano seguinte, D. Maria Fogaça decidiu pagar a festa religiosa. Nessa festa, foram oferecidos ao pároco da vila, dois grandes bolos, que ao serem deitados no forno, um ficou mal colocado. Um criado da casa, invocando o nome da Senhora de Jerusalém, atreveu-se a entrar rapidamente no forno, consertou-o e saiu ileso. Tal facto correu logo todo o povo, como um novo milagre, e deu origem à festa do bodo. A partir de então, a festa passou a fazer-se com temerária devoção ao bolo, ao qual a população deu o nome “fogaça”.
É nestas Festas pombalinas que se enquadra a Corrida do Bodo, até 2009 na distância da meia maratona e a partir de 2010, na distância de 10 km, num circuito de três voltas.
Recode de participantes
A edição deste ano registou o número recorde de 582 participantes, mais 60 que no ano passado. A prova foi bem disputada com uma dúzia de atletas a destacarem-se logo no início. O grupo foi perdendo unidades ficando reduzido a quatro. O benfiquista Rui Pinto venceu em 30m11s, o mesmo tempo atribuído ao espanhol Ricardo Camison, com o maiato Hélder Santos a fechar o pódio a sete segundos.
Em femininos, classificaram-se 91 atletas (15,6%). A sportinguista Daniela Cunha confirmou o favoritismo, vencendo destacada em 34m13s. A salgueirista Marisa Barros foi segunda a 43 segundos e a benfiquista Emília Pisoeiro, terceira a 1m12s. Teresa Zuna foi a última com 1h12m14s.
Realizou-se ainda uma caminhada na distância de 3 km que teve 73 classificados, dos quais 38 do sexo feminino.
Por equipas, classificaram-se 18 equipas compostas por sete elementos. Venceu o GDC Guilhovai com 289 pontos, seguido do AC Vermoil com 384 e do ID Vieirense com 525.
Excelente organização
A organização mereceu nota alta. A hidratação foi exemplar pois embora se previsse 21 graus centígrados, houve quatro chuveiros e um abastecimento de água em cada volta.
Foram distribuídos 5.860 euros com os vencedores a receberem cada um, 500 euros. A equipa mais numerosa também foi contemplada com 500 euros.
34ª CORRIDA DO BODO/POMBAL (30-6)
Masc.: 1º Rui Pinto (SL Benfica) 30.11; 2º (M35) Ricardo Camison (Indiv.) 30.11; 3º Hélder Santos (Maia AC) 30.18; 4º Bruno Paixão (Beja AC) 30.21; 5º Nuno Lopes (CA Seia) 30.48; 6º (M35) Licínio Pimentel (Sporting CP) 31.06; 9º (M40) Artur Rodrigues (GDC Guilhovai) 31.14; 19º (M50) Fernando Matos (GC Amiz. Donas) 34.13; 21º (M45) Manuel Ferreira (GDC Guilhovai) 34.33; 54º (M55) Benjamim Soares (CPT Bairro Carcavelos) 36.36; 60º (M60) Licínio Pereira (ID Vieirense) 36.55.
Fem.: 1ª Daniela Cunha (Sporting CP) 34.13; 2ª (F35) Marisa Barros (SC Salgueiros) 34.56; 3ª Emília Pisoeiro (SL Benfica) 35.25; 4ª Catarina Carvalho (Indiv.) 36.25; 5ª Sara Pinho (Sporting CP) 36.31; 6ª Susana Cunha (Linda-a-Pastora SC) 36.58; 7ª (F40) Carla Machado (UD Várzea) 37.03.