Um grupo de 78 atletas espanhóis divulgou ontem um comunicado no qual manifesta a sua “mais firme e absoluta rejeição às últimas ações do CELAD”, em referência à Agência Estatal Antidopagem.
Os atletas, liderados pelo marchador Álvaro Martin, bicampeão mundial, sustentam que as últimas notícias ultrapassaram “certos limites” e causaram sentimentos de “desconfiança, incerteza e indignação aos nossos dirigentes” na luta contra o doping.
Os signatários, entre os quais está o recentemente suspenso pela AIU, Mohamed Katir, reconhecem a dificuldade de acabar com a doping, que definem como “um flagelo que espalha e corrompe o desporto”, rejeitam “qualquer prática que represente uma violação desta matéria antidopagem” e exigem que os líderes ajam “com retidão e transparência”.
O comunicado considera que “todos os atletas espanhóis podem ser vítimas da desconfiança da nossa sociedade e dos nossos colegas de outros países devido às últimas notícias que surgiram”, e afirma que “talvez estejamos perante a ponta do iceberg”.
“Esta desconfiança pode afetar-nos, não só o descrédito por parte dos outros, mas as suas possíveis consequências em termos de patrocínios, prémios e um longo etc.”, diz o comunicado.
“Quando um atleta faz doping, o primeiro afetado é ele mesmo pelos danos à saúde que ocorre e, o segundo, são seus companheiros/rivais, equipa técnica, familiares e amigos ao seu redor.”
“Que hoje haja rumores de 5 ou 6 casos arquivados numa gaveta, não é admissível num país como Espanha. Os aqui presentes exigem a instauração dos diversos processos disciplinares, a sua sanção e divulgação em Sanciona2”.
O comunicado lembra ainda a Lei Orgânica 11/2021 sobre o combate ao doping no desporto. Segundo os atletas, a Comissão de Coordenação Antidopagem não inclui “nenhum atleta em nenhum órgão de participação do CELAD”, contrariando o regulamento.