(Fotos de arquivo)
Salomé Rocha, com larga vantagem, e o marroquino Soufianne El Bakkali (com boa réplica de Rui Pedro Silva), ganharam a 41ª edição do Cross das Amendoeiras, este ano sem quenianos e um nível global bem aquém do habitual.
Foi boa a luta entre o marroquino El Bakkali, vice-campeã mundial de 3000 m obstáculos (e 4º nos Jogos Olímpicos) e Rui Pedro Silva. Depois de uma fase inicial com seis atletas na frente, estes dois isolaram-se, bem à frente de Tiago Costa e do romeno Nicolae Soare. O marroquino veio depois a isolar-se mas foi apanhado por Rui Pedro Silva, que passou a impor o andamento, enquanto El Bakkali, mais rápido, se deixava ficar… à espera da parte final da prova. E, nessa, confirmou-se o seu favoritismo, isolando-se com facilidade e terminando com boa vantagem e queixando-se de um pé. O atleta romeno, em representação do Grupo Desportivo Pic-Nic, foi terceiro, seis segundos à frente de Tiago Costa. Paulo Pinheiro, que fez uma prova de trás para a frente, foi quinto, ultrapassando Ricardo Ribas (6º) e Hermano Ferreira (7º), que estiveram no grupo dos seis primeiros inicialmente. Vantagem “leonina” neste despique Sporting-Benfica, embora faltando várias das primeiras figuras. Apenas dois estrangeiros nos 10 primeiros diz muito sobre a quebra qualitativa desta corrida…
A prova feminina não teve história, para mais sem as quenianas previstas. Salomé Rocha isolou-se desde os metros iniciais e já levava seis segundos de vantagem sobre a holandesa Andrea Dellstra, com 2,5 km de prova. Depois, ainda aumentou a vantagem para 31 segundos. Na parte final, a segunda portuguesa, Mónica Silva (boa prova!), chegou a “ameaçar” o segundo lugar, mas acabou na terceira posição.
A prova foi de nível bem inferior ao habitual e a veterana (44 anos!) Ana Dias foi quinta, à frente da jovem Catarina Guerreiro.
Para Salomé Rocha foi a segunda vitória no Cross das Amendoeiras, depois do triunfo em 2016, então em simultâneo com o Campeonato de Portugal.
Uma nota final para lamentar, mais uma vez, a mistura de corredores veteranos (alguns de 60 e 70 anos!) na prova de elite, perdendo sucessivas voltas e complicando a tarefa aos primeiros… e aos espetadores.
O QUE ELES DISSERAM:
Salomé Rocha: «Não pensava isolar-me tão cedo, mas tentei impor o meu ritmo e acabei por ficar sozinha. Senti-me sempre bem e via que estava a ganhar vantagem e isso é bom, vai moralizando…»
Rui Pedro Silva: «Fui com o marroquino, tentando aguentar com ele o mais possível, mas sabia que era quase impossível ganhar-lhe. Sabia que, mais metro, menos metro, ele ir-se-ia embora…»
Classificações oficiais (mas cujos tempos deixam algumas dúvidas no setor feminino):
FEMININOS:
1ª Salomé Rocha SCP 20.44
2ª Andrea Dellstra (HOL) 21.19
3ª Mónica Silva IND 21.19
4ª Maria Slawik (POL) 21.32
5ª Ana Dias ASJ 21.55
6ª Catarina Guerreiro SCP 23.25
MASCULINOS:
1º Soufianne el Bakkali (MAR) 28.14
2º Rui Pedro Silva SCP 28.22
3º Nicolae Soare (ROM)/GDPN 29.03
4º Tiago Costa SCP 29.09
5º Paulo Pinheiro SCP 29.19
6º Ricardo Ribas SLB 29.26
7º Hermano Ferreira SLB 29.30
8º Pedro Ribeiro SCP 29.53
9º Hélder Santos SCP 30.09
10º José Moreira SCP 30.13