- Sporting ganhou 9-5 nos despiques diretos masculinos e foi campeão feminino ganhando todas as oito provas da segunda jornada!
- Tsanko lançou 21,27 e Pichardo (17,19 e 17,15) derrotou Évora (17,06) no despique decisivo
Há um ano, o Benfica queixava-se da lesão de Marcos Chuva no primeiro ensaio do comprimento, que o levou ao 7º lugar, e o Sporting festejava o título nacional de pista coberta. Agora, o Sporting queixa-se da desclassificação de Jordin Andrade nos 400 m e o Benfica festejou o título, porventura (também ele) injusto.
Efetivamente, o Sporting ganhou 9-5 nos despiques diretos com o Benfica, ainda teve mais dois pontos graças a interferências de outros atletas em duas provas mas acabou por perder sete pontos com esse descuido do seu quatrocentista.
E o certo é que, depois de uma primeira jornada muito positiva para o Sporting, a segunda ia no mesmo caminho. Começou pela previsível vitória nas barreiras, com Rasul Dabo (7,90) a deixar Hélio Vaz (8,04) mais longe que o esperado. Seguiram-se uns muito disputados 800 m, ganhos surpreendentemente pelo júnior (de 1º ano) Nuno Pereira (do Estreito), com um recorde pessoal de 1.51,85 (6º júnior de sempre), à frente do sportinguista Sandy Martins (1.52,08) que se “desforrou” da derrota que o benfiquista João Fonseca (1.52,27) lhe impusera há uma semana, no Campeonato de Portugal. Finalmente, outra surpresa em prova apontada ao Benfica. Nos 200 m, Carlos Nascimento conseguiu um surpreendente recorde pessoal de 21,25 – subiu a terceiro português de sempre, depois de Arnaldo Abrantes 21,02 e David Lima 21,19 -, melhor que os seus anteriores 21,58 e até que os 21,32 que desde 2012 tinha ao ar livre. Derrotou claramente Frederico Curvelo (21,60), que substituiu David Lima, longe da forma.
A exceção a esta superioridade do Sporting era o lançamento do peso, prova na qual Tsanko Arnaudov brilhou. Começou com um nulo e fez depois 20,85, 20,86 e… 21,27, novo recorde nacional, batendo os 21,08 que fez quando foi 4º no Europeu de Belgrado’2017. E mesmo ao ar livre, Tsanko só tem uma marca melhor: 21,56. Foi a grande figura do Campeonato. Nesta prova, Marco Fortes foi um natural segundo classificado, com 17,78.
A meio da jornada, o Sporting estava bem posicionado para ser campeão, bastando-lhe ganhar uma das três provas finais. Acabou por não conseguir nenhuma. Nos 3000 m, Samuel Barata ganhou com 8.10,37, melhor marca nacional do ano, bem à frente de Nuno Lopes (8.13,53)… que no sábado ganhara a Emanuel Rolim os 1500 m. No muito aguardado triplo-salto (que se veio a revelar a prova decisiva dos campeonatos), o benfiquista Pedro Pichardo abriu com 17,19, contra um nulo de Nelson Évora. O sportinguista melhorou para 16,83 no 2º ensaio (nulo para Pichardo) e 17,06 no 3º (outro nulo para Pichardo). E, no último, Pichardo ficou perto do seu melhor (17,15) e Nelson Évora fez nulo. À entrada para os 4×400 m finais, as duas equipas estavam empatadas em pontos, mas o favoritismo na estafeta era do Benfica. E confirmou-o, com superioridade a partir do segundo elemento e com Raidel Acea e Vítor Ricardo Santos a não darem hipóteses depois. O Benfica (com Mauro Pereira e João Coelho nos dois primeiros percursos) conseguiu mesmo um surpreendente recorde nacional, com 3.12,54, mais de dois segundos menos que a anterior marca do Sporting (3.14,86) em 2003, com Vítor Jorge, Edivaldo Monteiro, Carlos Silva e Vítor Moreno. Nesta prova, a equipa do Sporting (André Marques, António Rodrigues, Sandy Martins e Jordin Andrade), com 3.13,45, também fez melhor que o anterior recorde!
Em suma, o campeonato acabou em clima de festa do Benfica, com o título coletivo (100-99 pontos) e dois recordes nacionais mas, verdade se diga, o Sporting foi superior…
No “outro campeonato”, o do 3º lugar, o SC Braga destacou-se da J. Vidigalense (68-61,5 pontos) repetindo a última posição do pódio conseguida na época passada.
Sporting com larga superioridade no setor feminino
No setor feminino, a dúvida estava em saber o grau de superioridade do Sporting. Na 1ª jornada “falhou” três vitórias, mas na segunda fez o “pleno”, ganhando todas as oito provas disputadas! Grande destaque para Evelise Veiga, com um novo recorde pessoal de 13,37 (e outro salto a 13,20) que a coloca como 5ª de sempre. Tinha como melhor 12,94 em pista coberta e 13,29 ao ar livre (ambos em 2017). Rosalina Santos “substituiu” Lorene Bazolo nos 200 m mas ganhou sem problemas (24,22); Cátia Azevedo (2.10,05) derrotou a jovem Mariana Machado (2.12,58) nos 800 m; Sara Moreira correu “sozinha” (26 segundos de vantagem!) os 3000 m em 9.14,12; Olímpia Barbosa (8,39) derrotou a benfiquista Marisa Carvalho (8,54) nas barreiras; Marta Onofre igualou o seu melhor da época (4,35) na vara; Jéssica Inchude não precisou de melhor que 15,69 para ganhar o peso; e a equipa de 4×400 m (3.46,30) ganhou com seis segundos de vantagem. Tudo fácil e 105 pontos no final, 26 de vantagem…
Na luta pelos outros dois lugares no pódio, a Juventude Vidigalense (79 pontos) igualou o segundo lugar de 2016, deixando longe o SC Braga (66 pontos), que mesmo assim igualou o 3º lugar de 1994 e 2011. E o Benfica, com dois “zeros” nesta jornada (desclassificação de Rivinilda Mentai nos 200 m e desistência de SiIvana Dias nos 3000 m), “conseguiu” ficar fora do pódio, o que não acontecia desde 2010, ano do regresso da equipa feminina.
AC Póvoa de Varzim (M) e GA Fátima (F) campeões da II Divisão
As equipas masculina do AC Póvoa de Varzim e feminina do GA Fátima sagraram-se campeãs da II Divisão. Muita luta no setor masculino, com a formação vencedora, que havia sido última há dois anos e esteve ausente em 2017, a ganhar com dois pontos de vantagem sobre o Grecas, que liderava no final da 1ª jornada com cinco pontos de vantagem. Mas, com duas vitórias (800 e 3000 m) e dois segundos lugares (um deles nos decisivos 4×400 m), a equipa da Póvoa acabou campeã, com 79 pontos, contra 77 do Grecas, que fora terceiro há um ano e estivera na I Divisão em 2017 (8º). Fechou o pódio o NA Cucujães, com 68 pontos.
No setor feminino, a superioridade da equipa do GA Fátima acentuou-se, com mais quatro vitórias individuais, a juntar às quatro do 1º dia (8 ao todo, em 14 provas). A equipa somou 82 pontos, contra 69 do UC Eirense e 68 do CO Pechão. A equipa campeã fora última na I Divisão há um ano e a do Eirense, na terceira presença na II Divisão, melhorou de 5ª em 2016 para 4ª em 2017 e agora 2ª.
Em termos individuais, o maior destaque vai para o setor feminino. Adriana Alves baixou pela primeira vez dos 25 segundos nos 200 m (24,96), Vanessa Rocha chegou a 12,66 no triplo e há essa curiosidade da marchadora Ana Cabecinha ter sido 2ª nos 3000 m planos, com 9.59,85, a 80 centésimos da vencedora, Lia Lemos. No sábado, outra marchadora do CO Pechão, Edna Barros, fora igualmente 2ª nos 1500 m, com 4.52,12.
Resultados completos em
http://www.fpatletismo.pt/final-do-campeonato-nacional-de-clubes-em-pista-coberta