Foi bem positivo, em termos de marcas-top, o Nacional da I Divisão, com nada menos de dois recordes nacionais (Tsanko Arnaudov no peso e equipa masculina do Benfica nos 4×400 m), mais um mínimo para o Mundial de Birmingham (Cátia Azevedo nos 400 m) e nada menos de 11 melhores marcas nacionais do ano (e mais uma igualada), das quais sete no setor masculino (metade das provas disputadas). E, no top’10 nacional de sempre, foram várias as mexidas: para além do recorde de Tsanko no peso, Vítor Ricardo Santos subiu a segundo de sempre nos 400 m (47,14), ultrapassando Sérgio Duro (47,26 em 2003); Cátia Azevedo reforçou o segundo lugar nos 400 m (53,13); Carlos Nascimento subiu a terceiro nos 200 m (21,25); e Evelise Veiga é quinta no triplo (13,37). E Pedro Pablo Pichardo, agora português, é já segundo de sempre no triplo (17,19), a seguir a Nelson Évora (17,33) e à frente de Carlos Calado (17,09)…
Mas o campeonato foi essencialmente coletivo e, para além da emocionante luta Benfica-Sporting no setor masculino e da larga superioridade do Sporting no feminino, de que demos conta em escritos anteriores, teve mais seis equipas masculinas e sete femininas, que passaremos a analisar muito sucintamente.
I DIVISÃO (M)
1º Benfica (100 p.); 2º Sporting (99 p.): apenas em 2007 (vitória do Sporting por 64-63, com apenas seis equipas em disputa) se registara uma vitória tangencial. Em 2013, o Benfica ganhou por dois pontos (106-104) e em 2012 por três (106-103).
3º SC Braga (68 p.): Repetiu o 3º lugar de 2017, depois de dois sextos lugares em 2015 (ano de estreia na I Divisão) e 2016. Ganhou 8-6 nos despiques diretos com a J. Vidigalense, principal concorrente ao pódio, conseguindo seis terceiros lugares, com destaque para Eduardo Sá (21,70 nos 200 m). Piores prestações na vara (6º) e 800 m (7º).
4º J. Vidigalense (61,5 p.): melhorou os 5ºs lugares de 2016 e 2017 mas antes tivera cinco anos de pódio… O reforço Samuel Remédios, 3º nas barreiras (8,11) e 4º na altura (2,03), foi insuficiente. A equipa conseguiu dois terceiros e sete quartos lugares mas foi apenas sétima no triplo e desceu a sexta três vezes.
5º GD Estreito (55,5 p.): no regresso à I Divisão 12 anos depois (!), não ficou longe do 4º lugar e teve o atleta-sensação do campeonato, o ainda júnior Nuno Pereira, vencedor dos 800 m e segundo nos 1500 m. Mas a equipa foi algo desequilibrada (não apresentou saltador em altura, foi última nos 3000 m e sétima nas barreiras).
6º Jardim da Serra (45 p.): fora quarto na estreia, em 2016, e desceu para sétimo em 2017. Agora brilhou com segundos lugares na altura (Paulo Neto com surpreendentes 2,07) e nos 400 m (Bernardo Pereira, 48,91) mas teve sete provas nos dois últimos lugares…
7º CA Seia (45 p.): depois de ser sucessivamente 4º, 3º e 4º nas três últimas épocas, desceu para 7º, com 9 das 14 provas num dos três últimos lugares. As melhores classificações foram os terceiros lugares nos 3000 m (Daniel Gregório) e na marcha (Rui Coelho).
8º Maia AC (27 p.): No regresso à I Divisão, 14 anos depois (chegou a ser 3º em 2002 e 2003…), foi, de longe, a equipa mais fraca, ficando num dos três últimos lugares em todas as provas.
I DIVISÃO (F)
1º Sporting (105 p.): Ganhando 11 das 14 provas, somou a pior pontuação desde 2011, muito pelo 5º lugar nos 1500 m (foi 2º no comprimento e 3º na altura). Com Sara Moreira ou Jéssica Augusto (por exemplo) nos 1500 m e Anabela Neto na altura igualaria o recorde (111 pontos) de 2012, muito provavelmente.
2º J. Vidigalense (79 p.): pelo sexto ano consecutivo no pódio, repetiu o segundo lugar de 2015, graças a uma equipa equilibrada, com apenas três provas na segunda metade da classificação (5º nos 3000 m e triplo e 6º nos 1500 m). Lecabela Quaresma (2ª na altura e 3ª no comprimento) foi um bom reforço e a equipa foi ainda segunda no peso (Eliana Bandeira) e 4×400 m.
3º SC Braga (68 p.): chegou ao 3º lugar que conquistara, antes, em 2011 e… 1994! Mas a equipa é ainda algo desequilibrada, com uma jovem promessa, Mariana Machado, vencedora dos 1500 m e segunda nos 800 m, e os reforços Shaina Mags (2ª no triplo) e Andreia Felisberto (3ª nas barreiras), mas, em contrapartida seis provas em que foi apenas sexta…
4º Benfica (65 p.): depois de seis segundos lugares nos sete anos anteriores, voltou ao 4º posto de 2010, ano do regresso ao campeonato. Empatou (7-7) nos despiques diretos com a J. Vidigalense e ganhou (8-6) com o SC Braga, mas não pontuou nos 200 m (Rivinilda Mentai foi desclassificada) e nos 200 m (Silvana Dias desistiu) e foi último (8º) nos 1500 m e penúltimo (7º) no peso! E ficou fora do pódio…
5º Jardim da Serra (54 p.): Igualou o 5º posto de 2016 (foi 6º em 2017), com destaque para a vitória de Catarina Queirós na altura (1,71). Mas a equipa é algo desequilibrada: última na marcha, penúltima nos 60 m, cinco vezes sexta.
6º GD Estreito (53 p.): regressou depois do 7º lugar de 2011, ficando a um lugar (e um escasso ponto) do 5º posto, o melhor jamais conseguido, em 2004. Destaque para Cátia Santos Leitão, segunda nos 1500 e 3000 m, e Cátia Santos, segunda nos 200 m e para Antónia Borges, 3ª no peso, depois de competir, na véspera, no Campeonato de França! Mas a equipa foi última em três provas e penúltima noutras três.
7º Grecas (46 p.): nona presença consecutiva na I Divisão, embora descendo do 4º lugar de 2017, a melhor posição. Rute Simões, 3ª nos 3000 m, alcançou a melhor classificação, só houve um oitavo lugar (no peso) mas houve seis penúltimos…
8º Srª Desterro (34 p.): depois de três quartos lugares entre 2014 e 2016, a equipa desceu para 7º em 2017 e 8º em 2018, ficando em última em seis provas. O melhor foi o 3º lugar no triplo (Yolanda Xavier).
II DIVISÃO
Na II Divisão, há a destacar a equipa feminina do GA Fátima, cujos resultados a teriam colocado à frente do Grecas (7º) e da Srª Desterro (8º) da I Divisão. Adriana Alves conseguiu um tempo aos 200 m (24,96) que a colocaria como 2ª na I Divisão (com a ajuda da desclassificação de Rivinilda Mentai, é verdade…) e ainda seria 4ª nos 60 m (7,72); Ana Oliveira (5,94 no comprimento) e Vanessa Rocha (12,66 no triplo) seriam terceiras. Das restantes equipas, ocupariam também o 3º lugar na I Divisão, Catarina Lourenço (Fund. Salesiana) nos 200 m (25,06) e Fatoumata Dialló (CO Pechão) nos 400 m (58,16).
Em termos coletivos, destaque para as melhores classificações de sempre do GA Fátima (1º), que fora 4º em 2016, UC Eirense (2º), 4º em 2017, CO Pechão (3º) que igualou a classificação de 2017 e para a estreia (embora com último lugar) do CDR Ribeirinho.
No setor masculino, a equipa do AC Póvoa do Varzim (tal como a do Grecas, que ficou a escassos dois pontos) teria suplantado o Maia AC, último da I Divisão. Mas apenas um atleta ficaria na primeira metade das classificações na divisão principal: o lançador de peso Alexandre Almeida (Srª Desterro), com 14,93, seria 4º (José Pinho, a três centímetros, seria 5º).
Foi a melhor classificação de sempre da equipa campeã (AC Póvoa de Varzim), que fora 8ª há dois anos, e da estreante AD Novas Luzes (6ª).
MELHORES MARCAS DO ANO
MASCULINOS | FEMININOS | |||||
Ancuiam Lopes | SCP | 6,65 | 60 m | Lorène Bazolo | SCP | 7,27 |
Carlos Nascimento | SCP | 21,25 | 200 m | Lorène Bazolo | SCP | 24,15 |
V. Ricardo Santos | SLB | 47,14 | 400 m | Cátia Azevedo | SCP | 53,13 |
João Fonseca | SLB | 1.50,60 | 800 m | Marta Pen | SLB | 2.04,85 |
Emanuel Rolim | SLB | 3.44,38 | 1500 m | Mariana Machado | SCB | 4.27,45 |
Samuel Barata | SLB | 8.10,87 | 3000 m | Marta Pen | SLB | 9.03,18 |
Rasul Dabo | SCP | 7,81 | 60 bar. | Olímpia Barbosa | SCP | 8,29 |
Victor Korst | SLB | 2,14 | altura | Anabela Neto | SCP | 1,79 |
Diogo Ferreira | SLB | 5,55 | vara | Marta Onofre | SCP | 4,30 |
Miguel Marques | SCP | 7,68 | comp. | Evelise Veiga | SCP | 6,22 |
Nelson Évora | SCP | 17,30 | triplo | Evelise Veiga | SCP | 13,37 |
Tsanko Arnaudov | SLB | 21,27 | peso | Jéssica Inchude | SCP | 16,65 |
Samuel Remédios | JV | 5980 | hep/pent. | Lecabela Quaresma | JV | 4320 |
João Vieira | SCP | 19.30,20 | marcha | Ana Cabecinha | COP | 12.39,39 |
SL Benfica | SLB | 3.12,54 | 4×400 m | Sporting CP | SCP | 3.46,30 |