A maratona do Dubai é a que paga melhor: 200 mil dólares ao vencedor
Longe vai o tempo em que era proibido ganhar dinheiro no atletismo. Vivemos noutra era e a modalidade está totalmente profissionalizada na alta competição. Hoje, quem ganha as grandes provas internacionais, sabe que irá receber um cheque com alguns zeros à direita.
Nas seis provas que integram a série das maiores maratonas do mundo (Tóquio, Boston, Londres, Berlim, Chicago e Nova York), vencedores e vencedoras recebem entre 55 mil a 150 mil dólares.
No geral, as maratonas norte-americanas costumam pagar mais do que as europeias, sobretudo a tradicional prova de Boston. Mas nos últimos anos, os petrodólares invadiram o desporto e oferecem recompensas milionárias aos melhores atletas.
A Maratona de Dubai é atualmente aquela que distribui os maiores prémios aos maratonistas. A capital dos Emirados Árabes ganhou fama internacional pelos seus arranha-céus e por estar ligada à modernidade e à ostentação. A maratona acompanha a onda de riqueza e atrai a atenção de nomes importantes da modalidade. Disputada desde 2000, a prova oferece 200 mil dólares aos vencedores, masculino e feminino.
As maratonas mais tradicionais equiparam-se nos prémios para homens e mulheres.
No ano passado em Abril, os quenianos Paul Lonyangata e Purity Rionoripo, marido e mulher, embolsaram cheques com o mesmo valor, 50 mil euros cada um, após vencerem a Maratona de Paris.
O turismo agradece
Para muitos corredores populares, poder participar numa das maiores maratonas do mundo, é a realização de um sonho pessoal. Não é por acaso que a maratona de Tóquio recebe mais de 300 mil pré-inscrições e a de Londres anda pelas 250 mil. Os milhares de participantes das provas, muitos deles estrangeiros, ajudam a impulsionar o turismo, as receitas fiscais e a economia local. Por exemplo, a Maratona de Nova York movimentou em 2010, um valor na casa dos 340 milhões de dólares.
O impacto económico das maratonas continuou em expansão nos anos seguintes, principalmente nos Estados Unidos. Com dois milhões de espectadores nas ruas de Nova York, a maior cidade norte-americana teve mais recentemente um impacto económico de 415 milhões de dólares. Chicago é a segunda em receitas, com 254 milhões.
Em Portugal, ainda que naturalmente a outra escala, as maratonas e as meias maratonas internacionais de Lisboa e Porto, são também participadas por milhares de estrangeiros que proporcionam a entrada de muito dinheiro.
Doping altera a forma de pagamento na maratona de Londres
Os escândalos de doping no atletismo mudaram a visão dos diretores de grandes maratonas na distribuição dos prémios monetários. Embora os valores não tenham diminuído, agora já não é tão simples receber o cheque como foi anteriormente.
Em 2016, a organização da Maratona de Londres comunicou que os vencedores teriam de esperar até cinco anos para receber o prémio. A decisão foi uma maneira de tentar impedir que casos como o da russa Liliya Shobukhova voltassem a acontecer.
Após o primeiro lugar em Londres em 2010, Shobukhova teve a sua vitória anulada depois de um caso de doping. A russa foi obrigada a devolver o dinheiro e os bónus de participação que acumulou. Hugh Brasher, diretor da prova britânica, afirmou que teve de ir atrás da atleta para recuperar a verba em causa.
Prémios para os vencedores
Os prémios para os vencedores oscilam entre os 200 mil e os 53 mil dólares. Valores naturalmente bem superiores à realidade portuguesa nas maratonas de Lisboa e Porto.
- Dubai – 200 mil dólares
- Boston – 150 mil dólares
- Nova York– 100 mil dólares
- Chicago – 100 mil dólares
- Tóquio – 98 mil dólares
- Berlim – 55 mil dólares
- Londres – 55 mil dólares
- Paris –53 mil dólares
- Lisboa – 2.000 euros se menos de 2.20 nos homens e 2.40 nas mulheres. Depois destes tempos, o prémio é de apenas 50%.
- Porto – 7.500 euros se menos de 2.11.30 nos homens e 2.30.00 nas mulheres. Caso contrário, o prémio é de 50%. Há ainda prémios por objetivos que vão desde 1.500 a 7.500 euros.