Quantas vezes, não tem de enfrentar um vento contra que o empurra para trás? Ainda recentemente, a Meia Maratona de Lisboa teve de alterar o local da partida devido ao forte vento que fazia em cima da Ponte 25 de Abril. E durante o percurso, os participantes tiveram que enfrentar um forte vento contra desde o Cais do Sodré até ao Dafundo.
Se o vento não estiver a seu favor, não há muito com que se preocupar, nem deve forçar o seu estilo de corrida.
Incline ligeiramente o corpo para a frente para ganhar maior aerodinâmica. Contudo, se vai fazer um treino de ida e volta, deve começar contra o vento para que este o empurre no regresso, quando a fadiga for maior.
Nesses dias, deve dar pouco importância ao ritmo das passadas e preocupar-se mais com as pulsações e sensação de esforço, já que o vento cansa mais se estiver transpirado.
Evite ao máximo a roupa larga mas se estiver frio, não se esqueça de vestir o corta-vento.
Correr contra o vento não é uma das coisas mais agradáveis que existem na corrida. O atleta esforça-se mais do que o necessário, reduz o ritmo de corrida.
Para superar o vento contra, uma das primeiras coisas que fazemos é inclinar o corpo para a frente, flexionando a coluna, o que prejudica a entrada de oxigénio no corpo. Baixamos a cabeça, o que prejudica a visão do que está à nossa frente.
Mas o pior mesmo é o lado psicológico. E quando temos um ponto de retorno à nossa frente? Fazemos mais força contra o vento, a pensar que ao fazer o retorno, o vento estará a nosso favor. O ponto de retorno torna-se um objeto do desejo.
Finalmente, ele chega. Passamos a correr em sentido contrário. E de repente o vento pára. Pelo menos não escutamos mais o seu som nos nossos ouvidos. Todos os palavrões do mundo passam na nossa mente e até alguns são pronunciados! Mas como é que pode ser? O vento parou ao fazer o retorno?
Não é bem assim. Na verdade ele está ali, assim como estava antes. Está sim agora soprando nas nossas costas, apenas não o ouvimos mais por uma questão de física. Uma questão de vetores de força! A explicação é simples.
Quando corríamos contra o vento, íamos ao encontro dele a uma certa velocidade e ele vinha contra nós a outra velocidade. Como resultado disso, no nosso ouvido soprava um vento a velocidade que seria a soma da nossa velocidade e da velocidade do vento. E assim, o ruído fica bem audível. Bastante percetível.
Após o ponto de retorno no trajeto, o vento passa a soprar nas nossas costas, empurrando-nos sim para frente, fazendo a mesma força que fazia antes. Só que para os nossos ouvidos, o vento agora sopra numa velocidade que é a diferença entre a nossa velocidade e a velocidade do vento. Afinal agora estamos, nós e o vento, indo na mesma direção. Ou seja, ficará bem mais suave e assim não será tão audível quanto antes.
Portanto após fazer o retorno, não se irrite desnecessariamente, foco na corrida!