As equipas feminina do Sporting, atual campeã, e masculina do Benfica estão entre as favoritas na 43ª edição da Taça dos Clubes Campeões Europeus, competição iniciada em 1975 e apenas interrompida em 2017 devido à situação de potencial conflito na cidade turca de Mersin, que se preparava para organizar a prova, junto à fronteira com a Síria. Terão novamente como principais oponentes, a formação turca do Enka e as espanholas do Valência Terra i Mar (F) e do Playas de Castellón (M) na competição que se realizará sábado e domingo (13h-17.30 h), em Birmingham, Inglaterra.
Como explicar a presença de formações portuguesas e turcas entre as candidatas à vitória, sabendo-se que o atletismo destes países não está entre as potências europeias? Como explicar que, entre as 10 equipas masculinas e outras tantas femininas presentes neste grupo A (o principal) da Taça dos Campeões, estão apenas duas campeãs masculinas (Espanha e Grã-Bretanha) e três femininas (Espanha, Grã-Bretanha e Itália) das 12 maiores potências do atletismo europeu, aquelas que integram a Superliga do Europeu de Seleções? Como explicar que entre todas as 17 equipas de cada sexo (10 do grupo A e 7 do grupo B) que participarão na Taça dos Campeões não estejam as formações campeãs de sete das 12 seleções dessa Superliga? Para além do papel algo secundário desta Taça dos Campeões no panorama do atletismo internacional (passa praticamente desapercebida nos grandes meios de comunicação), o que se verifica é que, na grande maioria dos países, os principais atletas estão divididos por um grande número de clubes e o apoio destes é quase nulo (são as Federações que mais apoiam os atletas). Ao contrário do que se verifica em Portugal, onde quase todos os atletas da seleção pertencem apenas a dois clubes. Ou na Turquia, cujos principais clubes contratam (e naturalizam…) atletas de países vizinhos. Na Espanha, os principais clubes também apoiam e conseguem ter fortes equipas. Entretanto, os clubes russos, que dominaram durante vários anos, deixaram de aparecer na Taça dos Campeões e até os italianos do Fiamme Gialle desistiram.
Sporting defende título
No pódio desde 2014 (2º em 2014, 3º em 2015, campeão em 2016), o Sporting volta a ser o principal favorito na competição feminina. Há dois anos, na última edição, somou 133 pontos, contra 122 do Valência e 116 do Fenerbahce. Vitória categórica, que agora pode ser repetida. Já o Benfica foi 2º em 2014 (atrás dos italianos do Fiamme) e 3º em 2016 (atrás do Enke e do Playas de Castellón, mas com fraca atuação). Curiosamente, foi em 2015, quando foi quarto, que esteve mais perto da vitória. Mesmo com três atletas lesionados em plena competição (o que custou vários lugares), a equipa ficou a escassos oito pontos do Playas de Castellón, equipa vencedora.
O Sporting apresentará sensivelmente a mesma equipa de há dois anos, quando apenas no salto em altura (7º lugar) ficou aquém dos quatro primeiros lugares. Na formação volta a estar a bielorussa Svetlana Kudzelich, então vencedora nos obstáculos e segunda nos 1500 metros.
Já o Benfica possui agora uma equipa mais forte, reforçada com o polaco Marcin Lewandowski (1500 m) e que conta com Pedro Pichardo (triplo). Há dois anos, Diogo Ferreira (vara) e Tsanko Arnaudov (peso) foram vencedores, mas a equipa não contou com os então lesionados Ricardo Santos, Diogo Mestre e Tiago Aperta (substituído no dardo pelo decatlonista Samuel Remédios). Espera-se melhor desta vez.