A equipa masculina do Benfica, com larga vantagem e pelo nono ano consecutivo, e a feminina do Sporting, “apertada” pelo Benfica na 2ª jornada, renovaram os títulos de campeões nacionais de juniores, em Vagos, nuns campeonatos que não trouxeram novidades relativamente a mínimos para o Mundial de Tampere (Finlândia). E apenas João Coelho, nos 400 m, Ruben Antunes, no martelo, Marisa Carvalho nas barreiras e as marchadoras confirmaram os mínimos que já tinham, embora isso não fosse o mais relevante.
Nesta segunda jornada, João Coelho voltou a estar em muito bom plano, com novo título e progressão, agora nos 200 metros. Foi o melhor atleta dos campeonatos. Também “bisaram” Nuno Pereira (800 e 1500 m), Emanuel Sousa (peso e disco), Beatriz Andrade (100 e 200 m) e Marisa Carvalho (100 m barreiras e peso, tendo faltado ao comprimento).
No setor masculino, o Benfica ganhou 13 das 22 provas e somou 348 pontos, contra 223 do Sporting e 77 da AD Novas Luzes, que repetiu a subida ao pódio da pista coberta. Na competição feminina, o Sporting somou 219 pontos, contra 209 do Benfica e 136 da J. Vidigalense.
Eis o que de mais relevante do ponto de vista essencialmente estatístico há a assinalar, prova a prova.
MASCULINOS
200 metros: Apesar do vento contrário (-1,2 m/s), João Coelho (Benfica) melhorou de 21,74 para 21,72, juntando o título de 200 m ao de 400 m. Delvis Santos (Benfica) ficou mais longe que o esperado (22,21).
800 metros: Ausente Marcelo Pereira, com mínimo para o Mundial, Nuno Pereira (GD Estreito) juntou o título de 800 m ao dos 1500 m, em 1.52,22 e boa vantagem sobre o surpreendente Miguel Moreira (CP Corroios), que progrediu de 1.56,34 para 1.53,92.
3000 metros: Nova corrida tática, com Isaac Nader (Benfica) a ganhar em 8.54,28, com Ruben Sousa (Sporting), 8.55,31, e Martim Monteiro (Sporting), 8.55,55, perto.
3000 m obstáculos: Bom triunfo de Duarte Gomes (Benfica), em prova na qual os quatro primeiros melhoraram os seus recordes pessoais: o vencedor, de 9.38,01 para 9.26,02; Cristiano Borges (SCR Damaia), de 9.37,41 para 9.30,18; Simão Bastos (AC P. Varzim), de 9.38,76 em 2017 para 9.31,37; e Diogo Rosário (Sporting), de 9.37,42 para 9.31,86.
110 m barreiras/1m: André Prazeres (JOMA) confirma bons progressos, de 14,52 para 14,39 (v:-1,5) e o título de campeão, face ao favorito Diogo Guerra (Benfica), que já tem 14,30 e fez agora 14,53.
400 m barreiras: Paulo Soares (Benfica) melhorou de 55,32 para 55,04 e foi um folgado campeão, face a Sandro Gonçalves (CD Póvoa), segundo com 56,37.
Altura: Ailton Fernandes (Sporting) triunfou com 2,01, a um centímetro do seu melhor. Também Gerson Balde (AA Bela Vista), 2º com 1,98, ficou a um centímetro, enquanto Diogo Oliveira (Grecas), igualmente 2º com 1,98, igualou o seu melhor.
Triplo: Larga superioridade de Júlio Almeida (Benfica), vencedor com 14,63 com um vento contra de 1,2 m/s. Mas continua aquém das marcas de 2017 (15,03) e da pista coberta deste ano (14,84). Tomás Dinis (Maia AC) foi segundo, com 13,98 (-1,6).
Disco (1,75kg): O favorito Emanuel Sousa (Benfica) ganhou com larga vantagem, mas longe do seu recente recorde nacional (55,63 para 62,87). Recorde pessoal para Leandro Ramos (Benfica), segundo, de 44,79 para 47,60.
Decatlo: Mesmo desistindo nos 1500 m finais e melhorando em apenas duas das dez provas relativamente ao seu decatlo em Espanha, esta época (6883 pontos), Edgar Campre (Benfica) foi o vencedor, com 5994 pontos, embora, sendo estrangeiro e maior de 18 anos, tenha de ceder o título de campeão a Gonçalo Rocchi (C+S Lavra), que somou 5563 pontos, contra os 5088 que tinha como melhor.
4×400 metros: Triunfo fácil do Sporting, em 3.26,21, apenas com o Grecas relativamente perto (3.27,95).
FEMININOS
200 metros: Beatriz Andrade (SCU Torreense) soma e segue, repetindo os títulos de juvenis. Agora foi cinco centésimos mais lenta (24,68), novamente com vento contra (-0,8), derrotando Catarina Lourenço (Fund. Salesianas), que gastou 24,81.
800 metros: Natural triunfo de Patrícia Silva (Benfica), em 2.10,69, deixando longe Margarida Silva (V. Setúbal), que progrediu de 2.14,75 para 2.14,20, e a juvenil Carla Rodrigues (Sporting), que melhorou de 2.15,32 para 2.14,96.
3000 metros: Prova lenta (e sem a juvenil Lia Lemos, que seria favorita), ganha por Sara Duarte (Sporting), em 10.15,26, contra 10.18,44 de Mónica Silva (Vit. Guimarães). Maria Bernardo (CO Pechão), campeã de 10.000 m marcha na véspera, foi terceira!
100 m barreiras: Contra um vento de 2,1 m/s, Marisa Carvalho (Benfica) foi folgada campeã, com 14,07. Auspiciosa estreia de Catarina Karas (Sporting) com as barreiras seniores (2ª com 14,51), depois de dominar a época juvenil de 2017 (barreiras de 76 cm) com 14,21. A juvenil Sara Moreira (S+S Lavra), terceira, melhorou de 14,92 para 14,57.
400 m barreiras: Ausente a juvenil Juliana Guerreiro, apurada para o Europeu, a angolana (mas ainda abaixo dos 18 anos) Cíntia Silvestre (Sporting) é a campeã, ao progredir de 66,87 para 63,89 (quase três segundos!), derrotando a juvenil Catarina Neiva (Almada Fig.), que melhorou o seu tempo de 64,98 para 64,49.
Triplo: A juvenil Eduarda Ferreira (J. Vidigalense), a caminho do Europeu, foi a única acima dos 12 metros, com 12,04 (v.-0,3). Patrícia Rodrigues (Benfica) foi segunda, com 11,80 (-1,0).
Peso: Um só lançamento a 12,73 bastou para Marisa Carvalho (Benfica) se sagrar campeã, à frente da juvenil Débora Quaresma (CP Corroios), que progrediu de 11,98 para 12,24.
Heptatlo: Melhorando em cinco das provas (e fazendo igual na altura), Carolina Ribeiro (GA Fátima) venceu com 4304 pontos, contra os 4133 que tinha como recorde pessoal. Diana Furk (ACM-Açores) também progrediu, de 4029 para 4159 pontos.
4×400 metros: Bom despique entre as equipas do CO Pechão (3.57,69) e do Sporting (3.57,99).