No frio, podemos esquecer-nos de beber água conforme necessário. Porém, os cuidados para a hidratação do corpo devem continuar. Aprenda a reconhecer os sinais que o corpo envia quando precisa de mais líquido.
A desidratação ocorre quando o corpo não tem fluidos em quantidade suficiente para continuar a funcionar adequadamente.
A situação é simples: se não ingerimos uma quantidade suficiente ou passamos por um episódio de perda excessiva de líquido, o corpo sofre mais riscos de desidratação, especialmente em caso de diarreia – infeção gastrointestinal causada por vírus, bactérias e protozoários. Esse quadro pode ser particularmente perigoso para idosos, crianças e pessoas com o sistema imunológico enfraquecido e, nesses casos, a atenção deve ser redobrada.
Vale a pena lembrar que, no calor, o corpo perde líquidos devido ao suor, sendo necessário repor esses sais minerais. Por isso, a recomendação é: não espere sentir sede. O ideal é manter sempre uma garrafa de água por perto para não se esquecer de hidratar-se tanto nos dias quentes como nos frios.
Sintomas da desidratação
- Urina escura ou pouco frequente
A urina é composta principalmente por água – por isso, quanto menos líquido no organismo, menor será a quantidade a ser expelida. A cor da urina fica alterada – mais forte que o normal – por causa da maior concentração de outras substâncias.
Pele seca
Com menos água no organismo, a pele fica seca e repuxada. Os lábios, por sua vez, ficam ressecados – e as pelinhas podem aparecer. Não se deve arrancá-las, pois isso pode ferir ainda mais a região.
Desmaios ou tonturas
Perde-se líquido de forma mais rápida e a pessoa passa por um episódio de hipotensão – queda da pressão arterial –, que leva à perda dos movimentos. Nesse caso, é importante afrouxar as roupas da vítima e manter as suas pernas elevadas. Se a situação for mais intensa, como é o caso da perda repentina de consciência, alguns dos procedimentos a serem adotados são verificar os batimentos cardíacos e colocar a pessoa deitada de lado.
Cansaço
Com a falta de água, o corpo fica fraco e, muitas vezes, realizar atividades que fazem parte do dia a dia, torna-se uma missão impossível.
Pele que não retorna ao normal depois de ser beliscada
Não há como negar: a água é a protagonista nessa história. Sem ela, o organismo não funciona de forma adequada e pode causar sérios problemas à saúde. Em geral, a pele perde a elasticidade. Faça um teste com um beliscão e veja como ela reage.
Conheça as causas
- Perdas gastrointestinais:vómitos, diarreia e sangramento;
- Perdas renais:inclui os efeitos dos diuréticos e doenças renais específicas;
- Perdas pela pele:suor, queimaduras e outras condições dermatológicas;
- Sequestro de líquido para fora dos vasos:obstrução intestinal, fratura e pancreatite aguda.
Entre elas, uma das mais comuns é a diarreia, causada principalmente por falta de higiene, falta de acesso às condições básicas de saúde e, também, intoxicação alimentar – por isso a importância de lavar bem os alimentos antes de consumi-los, conservá-los adequadamente e respeitar a validade determinada pelos fabricantes.
A diarreia, apesar de ser frequente na população, precisa de atenção. Dicas básicas como lavar as mãos após utilizar a casa de banho e antes de consumir determinados alimentos devem ser seguidas à risca.
Para exemplificar, basta analisar os dados em relação às crianças que morrem vítimas da desidratação. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 361 mil crianças com menos de cinco anos morrem por ano no mundo devido à doença. Ela perde apenas para a pneumonia, que é a principal causa de óbito infantil, com 570 mil mortes anuais.
Em bebés, quando a fala ainda não está desenvolvida por completo, uma das maneiras de avisar que algo não vai bem é pelo olhar – que se torna uma forma de comunicação. Um dos sinais é o choro persistente – mas as lágrimas não saem e, além disso, o olho fica mais fundo e a boca seca.
Terceira idade
A atenção especial também deve ser com os idosos, que desidratam com mais facilidade. Entre os sinais, destacam-se urinar com mais frequência, tonturas e fadiga. Sintomas mais graves, como sonolência e confusão mental, necessitam de avaliação médica, assim como a queda de pressão.
Como repor os nutrientes perdidos?
O paciente deve ingerir mais líquidos que o normal para evitar a desnutrição. Para isso, água mineral, soro caseiro, chá e sumo – não adoçados – devem ser incluídos no tratamento.
A alimentação, por sua vez, deve ser leve e balanceada. Os alimentos gordurosos – e até mesmo fritos – devem ser evitados. É necessário cortar o leite devido à fermentação e também refrigerantes, pois não hidratam.
Para cada idade, há uma quantidade que deve ser ingerida após cada evacuação. Os dados do órgão indicam:
- Menores de 1 ano:50 – 100 ml;
- 1 a 10 anos:100 – 20 0ml;
- Maiores de 10 anos:Quantidade que o paciente aceitar.
Para prevenir a desidratação, e em casos mais leves, é possível recorrer ao soro caseiro. Ele pode seja ingerido à vontade, a cada 20 minutos, após passar por episódios de vómitos e diarreias. Os ingredientes são:
- 1 colher (sopa) de açúcar;
- 1 colher (café) de sal;
- 1 copo (200 ml) de água filtrada ou fervida.
Os sintomas estão persistindo por muito tempo? Então deve procurar ajuda médica. Após a avaliação, o médico irá analisar cada caso em particular e poderá indicar o melhor tratamento para tratar a desidratação
Estudo: desidratação pode afetar o desempenho cognitivo
Não faltam motivos que confirmam a importância da hidratação durante a corrida. Além de evitar sintomas como fadiga, cãibras e tonturas, ela também pode ter influência direta no sistema cognitivo. Um novo estudo realizado no Instituto de Tecnologia da Geórgia, concluiu que algumas tarefas mentais são afetadas quando os níveis de desidratação chegam a apenas 2%.
No estudo, os cientistas analisaram 33 casos sobre desidratação e desempenho cognitivo. Nela, habilidades motoras como o movimento das mãos, dos olhos, atenção e precisão, foram identificadas como as mais prejudicadas. Já o processamento de informações e o tempo de reação dos corredores permaneceram inalterados.
O prejuízo da desidratação leve também foi exemplificado no horário de trabalho. Segundo Melinda Millard-Stafford, professora do Instituto de Tecnologia da Geórgia que supervisionou o estudo, algumas tarefas de escritório podem ser dificultadas.
“Ficar sentado numa reunião longa e por um período grande sem se distrair, é uma delas”, disse a professora.
Não houve discordância sobre a importância de se hidratar logo após o fim de um treino. Segundo os investigadores, além de isso ajudar na recuperação do atleta, também o tornará, depois deste estudo, mais apto a realizar tarefas cotidianas no escritório.
Conta simples
Caso o corredor pese 68 kg, por exemplo, uma perda de 2% da massa corporal devido à desidratação, é equivalente a 1,3 kg, uma quantidade, que dependendo da pessoa e das condições da prova, pode ser facilmente perdida.