Não foram brilhantes os campeonatos nacionais de sub’23, realizados em Guimarães, com um só recorde dos campeonatos batido e um outro igualado e alguns campeões com marcas bem modestas, mas também houve facetas bastante positivas e algumas figuras em foco.
Edujose Lima foi o principal atleta: não só conseguiu bater o único recorde dos campeonatos, com 55,92 no disco (antes: Paulo Santos, 54,28 em 1987), como ainda melhorou por mais de meio metro o recorde pessoal do peso, com 16,10, e somou o seu quarto título consecutivo, algo que apenas António Rodrigues (400 m) e Miguel Carvalho (marcha) superaram, com cinco títulos consecutivos na mesma prova. Miguel Carreira falhou uma boa oportunidade de os igualar (5º título consecutivo no martelo) mas foi desta vez derrotado por Décio Andrade.
Em foco esteve também Oleksandr Lyashchenko, que ficou a 10 escassos centímetros do recorde dos campeonatos no triplo, que Carlos Calado detém com 16,07 desde 1994 (Nelson Évora foi campeão com 16,46 ventosos em 2005), e foi vencedor do comprimento pela quarta vez… mas uma não deu título pois, nesse ano, os juniores não foram considerados campeões. Perto do recorde dos campeonatos ficou ainda a equipa do Benfica de 4×400 m, que fez apenas mais 28 centésimos que os 3.16,73 do Sporting em 2003. Repetiram os títulos do ano passado nada menos de cinco atletas: Sérgio Silva (400 m), Paulo Neto (110 m barreiras), Rui Marques (vara), além de Edujose Lima (peso e disco).
No setor feminino, Rosalina Santos igualou o recorde dos campeonatos dos 100 metros, com 11,68, tanto quanto fez Sónia Tavares em 2006. Quem mais se aproximou foi Evelise Veiga, a oito centímetros dos seus 6,47 de há um ano. Este foi o seu terceiro título consecutivo no comprimento (poderia tê-lo conseguido também no triplo mas não participou). Edna Barros também obteve o terceiro título na marcha e Salomé Afonso poderia tê-lo conseguido nos 800 metros se a sua vitória enquanto júnior, em 2016, tivesse sido considerada.
Se em termos de títulos o nível de 2018 foi praticamente semelhante ao de 2017 (21 marcas melhores e 22 piores – o setor feminino “perdeu” 10-11), ao nível dos terceiros houve nítida melhoria: 16-6 neles; 12-7, com duas marcas semelhantes nelas.
Apenas cinco campeões (e 12 medalhados) e seis campeãs (e 11 medalhadas), em 18 provas e 54 lugares nos pódios, deixarão de ser sub’23 em 2019. E ainda são juniores este ano 4 campeões e 16 medalhados e 4 campeãs e 20 medalhadas. Destes, os campeões Leandro Ramos (dardo), Catarina Lourenço (200 m) e Mariana Machado (1500 m) ainda serão juniores na próxima época, tal como os segundos classificados Nuno Pereira (800 m), novamente Catarina Lourenço (100 m), Fatoumata Diallo (400 m), Fatumata Balde (100 bar.) e Ângela Silva (martelo) e nada menos de oito terceiros classificados (5M+3F).
Em termos coletivos, Benfica e Sporting confirmaram o favoritismo, tendo-se registado, na habitual revisão das classificações, pequenos ajustamentos nas pontuações. Mas apenas se classificaram (mínimo de cinco atletas a competir) cinco equipas masculinas e cinco femininas e algumas com pontuações mínimas. O J. Ilha Verde apenas apresentou quatro atletas, pelo que o seu terceiro lugar acabou por ser conquistado mais uma vez pela Juventude Vidigalense.
Uma referência final para estranhar o meio ponto retirado ao Benfica na classificação coletiva, em virtude do empate no terceiro lugar de dois dos seus atletas. Cada equipa só pontua com dois atletas e o Benfica, que ganhara a prova, pontuaria com o 1º e 3º, não se considerando os pontos dos restantes, que funcionariam como atletas individuais. Mas, neste caso, está-se a prejudicar (indevidamente) o clube que teve o mérito de classificar dois atletas nessa posição. Se um deles tivesse feito pior (um centésimo que fosse), o Benfica ganharia o ponto; assim, ficou só com meio. Neste caso, em nada alterou a classificação coletiva, mas, para além do presente erro federativo (os regulamentos são para ser interpretados…), há que ter em atenção uma eventual repetição futura de casos semelhantes.