As caminhadas costumam ser uma porta de entrada importante para o mundo das corridas. São muitos, aqueles que hoje participam regularmente nas provas populares depois de se terem iniciado nas caminhadas. Rara é hoje a prova popular que não tenha a sua caminhada.
Mas qual é o divisor de águas entre a corrida e a caminhada? Há um determinado ritmo que separa as duas modalidades?
Pode-se dizer que não há uma regra para diferenciar os ritmos da corrida e da caminhada. O que separa uma modalidade da outra é o movimento feito durante cada atividade. A corrida é uma sucessão de saltos, enquanto na caminhada, um dos pés sempre está apoiado sobre o solo.
Na caminhada, o tronco está ereto e é o calcanhar que amortece a aterragem. Já na corrida, o tronco está projetado para frente, os braços trabalham como alavancas e a aterragem é feita com o medio pé ou o ante pé.
A confusão se estamos numa corrida ou numa caminhada dá-se pela intensidade da atividade – representada pelo ritmo, muitas vezes -, já que uma caminhada vigorosa pode representar o mesmo tempo de uma corrida lenta.
Não existe um ritmo que determina se é caminhada ou corrida. Parte do princípio da pessoa. O ritmo, que para um atleta com uma boa preparação física é uma caminhada, pode representar o ritmo de corrida para uma outra pessoa.
Varia de corredor para corredor. Existe sempre um ritmo ideal para cada corredor, em que a cadência das passadas esteja confortável para a mecânica ideal de corrida quando aplicada. Quando o contato dos pés com o solo não caracteriza os saltos sucessivos, podemos dizer que a mecânica é de caminhada, não de corrida. Cabe ao corredor conhecer bem o seu corpo e o seu ritmo para poder determinar o que separa um do outro.
No imaginário popular, a corrida está ligada a um desempenho mais rápido, mas nem sempre é assim. Uma caminhada em ritmo forte pode ser feita em velocidade semelhante a um trote, atividade na qual a pessoa está numa situação de mais conforto.
Já participámos em provas que pela sua dureza, nos leva a caminhar um pouco. E já encontrámos então, companheiros que a caminharem numa passada bem larga, nos obrigam a dar pequenas corridas para os acompanhar.
E a caminhada, por mais vigorosa que seja, castiga menos as articulações, uma vez que em nenhum momento o corpo fica no ar. Alguns ultramaratonistas, por exemplo, são lentos, mas nunca deixam de correr.