Em 20 anos, o recorde melhorou em 4m26s
O brasileiro Ronaldo da Costa faz parte de um seleto grupo de sul-americanos que conseguiu um recorde mundial de atletismo. Foi em 20 de Setembro de 1998 que ele venceu a Maratona de Berlim com um novo recorde mundial em 2h06m05s.
Naquele dia, Ronaldo melhorou em 45 segundos o anterior recorde que durava há dez anos pelo etíope Belayneh Dinsamo, que em 1988 vencera a Maratona de Roterdão em 2h06m50s.
Depois de um período intenso de treinos, ele definiu que o seu objetivo era terminar a maratona em 2h08m. Passados 20 km, viu que tinha condições para fazer menos tempo.
“Nos primeiros 10 km, eu corri num ritmo de 3m03s, 3m04s por km. Estava leve para mim. Do km 15 para o 20, fui melhorando e passei para 3m01s, 3m00s por km. A partir do km 22 (quando assumiu a liderança), pensei: ‘Vou tentar ir mais rápido’. Comecei a correr a 2m59s por km. O pessoal achou que eu ia quebrar lá na frente”, recorda.
Naquele dia, Ronaldo foi um caso raro no mundo das corridas, já que correu a segunda metade da maratona num ritmo mais forte que o da primeira. A 3 km da meta, o seu agente avisou-o que se mantivesse aquele andamento, bateria o recorde mundial.
Com os braços abertos, Ronaldo cortou a meta ainda cheio de fôlego, como indicaram as duas estrelas e a dança que deu em frente aos fotógrafos posicionados no local em que terminou a prova.
O feito de Ronaldo durou pouco mais de um ano, já que em 24 de Outubro de 1999, o marroquino Khalid Khanouchi superou o recorde em 23 segundos, na Maratona de Chicago.
No último domingo, Ronaldo foi convidado a ir à capital alemã para ver a tradicional Maratona. Acabou assim por assistir a um novo recorde mundial pelo queniano Eliud Kipchoge, que fez 2h01m39s. Em 20 anos, o recorde melhorou em 4m26s, o que significa um ganho de cerca de 1,5 km.