O etíope Feyisa Lilesa, medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e conhecido por ter feito um gesto de protesto anti governamental ao cortar a meta na maratona, regressou domingo ao seu país após dois anos no exílio.
Lilesa saudou as mudanças operadas no seu país após a nomeação de Abiy Ahmed como primeiro-ministro em Abril último. “Agora, as pessoas podem exprimir as suas opiniões e condenar livremente o governo”, declarou ele, acrescentando: “A minha simpatia vai para os mártires que sacrificaram as suas vidas e me deram a liberdade de regressar ao meu país e reencontrar a minha família”.
Com 28 anos, Lilesa vivia no exílio nos Estados Unidos. Ele tomou esta decisão depois do seu gesto simbólico nos Jogos Olímpicos, ao cruzar os dedos sobre a cabeça, ao cortar a meta na maratona. Esta foi a forma encontrada por Lilesa para protestar contra a brutal repressão dos manifestantes da sua etnia, os Oromos. Mas pela primeira vez na história política do país depois de Abril, o país tem um primeiro-ministro da mesma etnia. Abiy Ahmed já tomou uma série de medidas visando o apaziguamento das tensões no país. Já levantou o estado de emergência, libertou prisioneiros políticos e tirou a Frente de Libertação Oromo da lista das organizações terroristas.
Lelisa mostrou-se também aberto à ideia de representar novamente a Etiópia em provas internacionais.