A dor no nervo ciático atinge cerca de 6% da população, sendo mais comum entre as mulheres do que entre os homens. Geralmente, é uma dor persistente, mas com intensidade variada, que pode ser acompanhada de dormência, formigueiros, sensação de agulhadas e fraqueza muscular.
O nervo ciático é o mais longo do corpo humano: começa na lombar, passa pela região das nádegas e pelo posterior da coxa, estendendo-se por toda a perna, chegando até ao pé. O incómodo pode ser sentido em qualquer uma das regiões por onde o nervo passa.
Regiões por onde o nervo ciático passa
Causas
A dor no nervo ciático pode ser causada por diversas razões — como má postura, excesso de peso, sedentarismo, estar muito tempo sentado, tumores, diabetes e vírus da herpes ou da catapora.
Porém, está associada geralmente a alterações na coluna — como compressões, lesões ou inflamações do nervo. Apesar de incomum, a compressão do nervo pode desencadear um processo inflamatório, que faz com que a dor e o incómodo sejam irradiados para a parte de trás da perna.
As compressões podem acontecer tanto na altura da saída da coluna como na região do músculo piriforme. Em corredores, a dor no ciático é causada normalmente pela síndrome do piriforme, um músculo que fica abaixo do glúteo, e o ciático passa por baixo ou pelo meio dele.
Músculo piriforme
Além disso, as dores no nervo ciático podem ser resultado de:
- Hérnias de disco
- Traumas na região lombar ou dos glúteos
- Estenose espinhal
- Inflamações crónicas
- Fraturas ou lesões pélvica
A sua relação com o desporto
Qualquer exercício físico pode contribuir para o surgimento de microlesões, que podem gerar um quadro inflamatório agudo. Porém, este quadro agudo é importantíssimo para promover adaptações como por exemplo, a hipertrofia muscular.
Assim, antes de iniciar a prática de atividades físicas, é importante fazer uma avaliação médica, para diagnosticar possíveis alterações posturais e desequilíbrios musculares que possam contribuir para a síndrome do piriforme.
Como tratar
Quando surgem os primeiros sintomas, deve-se consultar um fisioterapeuta ou ortopedista, para que sejam feitas análises, ressonância magnética ou exames de raio-x na região da coluna. O objetivo é descobrir se há alguma alteração na região da coluna.
Caso os sintomas estejam avançados – ou seja, durante a fase aguda — a fisioterapia tem um papel fundamental.
Já durante a fase de transição, o profissional de educação física tem uma grande importância para potencializar o equilíbrio e fortalecimento muscular.
O tratamento clínico desta síndrome pode ser acompanhado do uso de anti-inflamatórios, exercícios de alongamentos e fortalecimento, massagem, calor local, crioterapia, uso de relaxantes musculares e injeção de corticoide.
Também existe a possibilidade de ser necessário um processo cirúrgico. Hoje, as operações na coluna não são tão complicadas e invasivas como antigamente, mas ainda assim, os médicos criticam um pouco. O facto é que, geralmente, os resultados são muito bons quando a cirurgia é bem efetuada.