Trata-se de uma estória que já tem um ano mas que merece ser divulgada. O inglês Gareth Hughes, de 47 anos, correu 31 maratonas em 31 dias para obter 4.400 libras esterlinas para obras de caridade. Isto sem parar de trabalhar, conciliando o seu desafio na corrida com as obrigações na Aneurin Bevan University Health Board, onde trabalha como diretor de propriedades e instalações.
A ideia de Hughes teve a ver com um drama familiar. Pai de dois meninos autistas, James e William, ele decidiu arrecadar fundos para três instituições que auxiliam crianças com necessidades especiais.
Ele correu os 42,195 km das 3 às 8 h da manhã todos os dias. Às 9 h dos dias de semana, já estava no trabalho. Para dar conta de uma rotina tão atribulada, dormia às 20 h e saía da cama à 1h30m da madrugada.
Percorrer 1.300 km em apenas um mês teve um preço alto para o seu físico. Além da sensação de dever cumprido, ele teve dores em praticamente todas as partes do corpo, amenizadas com sessões em banheiras de gelo.
As primeiras dores severas surgiram no quarto dia de desafio, no quadril e nas coxas. Pouco depois de uma semana a correr, uma bolha debaixo de uma unha do pé começou a incomodá-lo. No 19º dia, já com o corpo muito castigado, ele perdeu a unha – mas levou a situação com bom humor: “Não é mau para 19 maratonas.”
Nem mesmo um funeral familiar o fez parar. No 28º dia, o abatimento pela perda de uma parente, levou-o a correr num tapete rolante durante 4h55m34s de “total tédio”, segundo as suas próprias palavras.
Após alcançar o seu objetivo, o perseverante corredor afirmou que a sua experiência mostra que “tudo é possível”. Ele garante que valeu a pena o sacrifício.
“Definitivamente valeu a pena. Foi um desafio muito difícil, mas, ao mesmo tempo, muito divertido. Eu não havia percebido quão difícil seria encaixar tudo antes do trabalho”, disse. “O dinheiro que arrecadámos foi a cereja em cima do bolo. Isso faz uma grande diferença para as crianças. Ajuda instituições de caridade a tornar a vida de uma criança mais divertida e interessante.”