Dezembro é o mês das S. Silvestres mas há três que se distinguem especialmente, quer pelo número de concorrentes (Porto e Lisboa) quer pelo seu valor (também a Amadora). Em 2018, curiosamente, realizam-se nos três últimos dias do ano: Lisboa a 29; Porto a 30; Amadora, como sempre, a 31.
A S. Silvestre da Amadora é a mais antiga (vai para a 44ª edição) – só a Volta ao Funchal (a realizar no dia 28) a ultrapassa, tendo este ano a 60ª edição. A prova da Amadora, a única a realizar-se no verdadeiro dia de S. Silvestre, terá, como sempre, um bom lote de atletas participantes, a começar por Rui Pinto, que tentará o seu quarto triunfo nos últimos cinco anos, ultrapassando as três vitórias de Carlos Lopes entre 1975 e 1986, Domingos Castro entre 1987 e 1989 e Manuel Damião entre 2011 e 2013. Estarão ainda em prova, os seus companheiros de pódio há um ano, Licínio Pimentel (2º) e Eduardo Mbengani (3º), e ainda Andralino Furtado, Miguel Marques, Paulo Pinheiro e Hugo Correia (nada menos de seis sportinguistas para tentar evitar nova vitória benfiquista). O setor feminino não terá um grande nome, mas será equilibrada a luta entre Ana Ferreira e Susana Francisco, com Carla Martinho, Susana Cunha e Ercília Machado à espreita de uma oportunidade. Realizando-se no último dia do ano, embora cada vez mais cedo (17.45 e 18 horas), a prova fica longe do número de concorrentes das do Porto e Lisboa: há um ano bateu o recorde, com 1460 classificados.
A S. Silvestre do Porto, que festejará a sua 25ª edição, é a recordista de presenças, com 10.880 em 2015 (“recuou” em 2016 e 2017, com 8795 e 8254 classificados) e tem em Rui Pedro Silva, oito vezes vencedor nos últimos nove anos (!), o seu nome principal (Rui Teixeira foi exceção, ganhando em 2015). No setor feminino, teve nos últimos anos a presença vitoriosa de três das melhores portuguesas: Sara Moreira em 2008, 2009 e 2015; Salomé Rocha em 2011 e 2017; e Catarina Ribeiro em 2012 e 2016. Ainda não foram divulgados os principais nomes da edição do próximo dia 30. Na apresentação da prova, estiveram muitos dos vencedores anteriores (a começar por Fernanda Ribeiro, que triunfou quatro vezes) e outros grandes nomes do atletismo nacional (como Domingos Castro), que homenagearam Jorge Teixeira, da Run Porto, que organiza esta e (muitas) outras provas no norte do país.
A S. Silvestre de Lisboa, a realizar no dia 29, contará com as presenças de Samuel Barata, vencedor em 2017, Emanuel Rolim, João Pereira, Ricardo Ribas e Hermano Ferreira, no setor masculino, e Jéssica Augusto (primeira mulher em 2017), Dulce Félix, Melanie Santos, Doroteia Peixoto, Susana Godinho, Silvana Dias, Ercília Machado e Vera Nunes. O recorde de concorrentes classificados vem (tal como a do Porto) de 2015, com 10.148, baixando para 6321 em 2016 – mas a prova foi a 31 – e para 8302 em 2017. Voltarão as S. Silvestres de Porto e Lisboa a superar os 10 mil concorrentes classificados? Baseando-nos nos números de inscritos divulgados, tudo leva a crer que sim. Mas, infelizmente, já nos vamos habituando a grandes exageros nesses dados. Nestas e em várias outras provas…