Bastante agradável a segunda jornada do Campeonato de Portugal, em Pombal, com mais um atleta a conseguir mínimo para o Europeu de Glasgow: Francisco Belo foi surpreendente vencedor do peso (à frente de Tsanko Arnaudov) e obteve 20,15 (20,02 para Tsanko). Outra surpresa ocorreu no triplo, com o triunfo de Susana Costa (14,13 – recorde pessoal) sobre Patrícia Mamona (13,95). Grande despique no comprimento, com Marcos Chuva de regresso aos títulos, com 7,86 e 7,76, face a Ivo Tavares, com 7,86 e 7,70. Melhores marcas nacionais do ano ainda para Tiago Pereira, na altura (2,15), Manuel Dias no heptatlo (5300 pontos) e Cátia Azevedo nos 800 m (2.05,96).
Eis o mais relevante, prova a prova, reservando-nos para um rescaldo dos campeonatos a publicar amanhã:
800 METROS (M): Prova muito disputada e com vitória para Paulo Rosário (Sporting), em 1.51,61, respondendo a um ataque de João Fonseca (Benfica), que na última curva parecia com a vitória assegurada mas veio a ser ultrapassado (1.51,77). José Carlos Pinto (Benfica) fechou o pódio, com 1.51,91, com Sandy Martins (1.52,06) e Nuno Pereira (1.52,10) logo a seguir – menos de meio segundo separou os cinco primeiros. Na 1ª série (de seis), Raidel Acea (Benfica), que já correu (ao ar livre) em 1.45,62 (em 2011), regressou à distância mas numa corrida lenta, que ele só “espevitou” na última volta, ganhando com 1.54,50 e mais de dois segundos e meio de vantagem. Quanto estará a valer?
3000 METROS (M): Vitória folgada de Eduardo Mbengani (Sporting), em 8.06,15, contra 8.10,29 de André Pereira (Benfica) e 8.11,59 de Bruno Albuquerque (Sporting).
60 M BARREIRAS (M): O brasileiro João Oliveira (Benfica) ganhou em 7,82, contra 7,88 de Rasul Dabo (Sporting) – campeão nacional pela oitava vez (iguala o recorde de João Lima) – e 8,10 de Hélio Vaz (Benfica).
ALTURA (M): Tiago Pereira (Sporting) foi um folgado vencedor, passando 2,09 à primeira e conseguindo ainda 2,12 e 2,15 à terceira, marca que iguala a melhor da época de Victor Korst, ausente por lesão. Foi a sua segunda vitória, interrompendo uma série de três de Paulo Conceição (Benfica), que fora cinco vezes campeão nos últimos seis anos. Este passou 2,09 (à segunda) e Nelson Pinto (Sporting) bateu o recorde pessoal, com 2,09 (à terceira).
COMPRIMENTO (M): Prova emocionante, com Ivo Tavares, Benfica (no 2º ensaio) e Marcos Chuva, Benfica (no 5º) empatados com 7,86, melhor marca nacional do ano e a nove centímetros do mínimo para o Europeu. Marcos Chuva, depois de um ano de paragem, acabou por ser campeão (pela 5ª vez) por ter conseguido a segunda melhor marca: 7,76 nos 2º e 3º ensaios, contra 7,70 de Ivo, nos 5º e 6º ensaios. Este bateu mais uma vez o recorde pessoal e é o 5º português de sempre. Miguel Marques (Sporting) fechou o pódio, com 7,44.
PESO (M): Surpreendente vitória de Francisco Belo (Benfica) sobre Tsanko Arnaudov (Benfica), com 20,15 no 2º ensaio (mínimo para o Europeu) e ainda 20,09 no 5º ensaio. Tsanko, campeão nos últimos quatro anos, ficou-se pelos 20,02 no 5º ensaio. Marco Fortes (Sporting) fechou o pódio, com 17,68.
HEPTATLO (M): No seu primeiro ano como sub’23, Manuel Dias (Benfica) melhorou de 5196 (já esta época) para 5300 pontos, subindo já a quinto de sempre. E Edgar Campre (Benfica), ainda júnior, chegou já aos 5129 pontos, marca apenas ultrapassada no seu escalão por Manuel Dias… com os engenhos de juniores.
4×400 METROS (M): Com o Benfica ausente (porquê?), o Sporting ganhou com larga vantagem (mais de três segundos), em 3.20,44, contra 3.23,61 da Casa do Benfica de Faro.
800 METROS (F): Excelente prova de Cátia Azevedo (Sporting), que reeditou o título do ano passado depois de uma muito rápida volta final. Conseguiu um recorde pessoal (por quase três segundos!) de 2.08,65 para 2.05,96. Salomé Afonso (Sporting), que liderou as três primeiras voltas, foi distante segunda, com 2.09,07 e Carla Mendes (J. Vidigalense) fechou o pódio, com 2.09,85.
3000 METROS (F): Sem as principais fundistas nacionais, Susana Godinho (Sporting) ganhou com boa vantagem, em 9.45,39, quase cinco segundos menos que as imediatas. Apenas 36 centésimos separaram as quatro seguintes, com Carla Reis (Benfica) em segundo lugar (9.50,06).
60 M BARREIRAS (F): Larga (e esperada) superioridade de Olímpia Barbosa, que gastou 8,28 na eliminatória (a um centésimo da sua melhor marca do ano) e 8,30 na final. A júnior Sara Moreira (J. Serra) foi segunda, com 8,82.
TRIPLO (F): Surpresa no triunfo de Susana Costa (Ac. F. Ribeiro) sobre Patrícia Mamona (Sporting). Susana abriu com três ensaios acima de 14 metros (14,05, 14,13 e 14,12) batendo o seu recorde pessoal em pista coberta (13,99) e conquistando o seu 7º título nacional, contra seis de Patrícia, que se “ficou” pelos 13,95. Recorde pessoal para Evelise Veiga (Sporting), que melhorou de 13,37 para 13,48 e é já a terceira portuguesa de sempre. E Lecabela Quaresma progrediu para 13,21 (6ª de sempre). Cinco atletas acima de 13 metros foi excelente.
PENTATLO (F): Larga superioridade de Marisa Carvalho (Benfica), que somou 3820 pontos, ainda aquém do seu melhor de 4064, em 2017.
4×400 METROS (F): Vitória esperada (e folgada) do Sporting, em 3.52,87, contra 4.01,46 da J. Vidigalense.
Revista Atletismo, da vossa parte esperava algum comentário acerca da participação de atletas estrangeiros (Tamiris de Liz, Ricardo Souza, Gabriel Garcia, João Vítor Oliveira e Mauro Fonseca) nas finais dos Campeonatos de Portugal, violando o Regulamento Geral de Competições ( 3.2.a) ) e o Regulamento específico dos Campeonatos ( 1.1.1.a) ) que refere: “Em todas as corridas com eliminatórias, os atletas estrangeiros não têm acesso às finais.” A continuar assim, de futuro corre-se o risco de haver medalhados que nem sequer participam na final. É necessário explicar a definição de Campeonato aos ignorantes da Federação (ir)responsáveis por isso.
Também de realçar que o Nelson Évora não participou nos Campeonatos de Portugal, mas participou no Meeting de Lievin, ou seja, ignorando os critérios de seleção para os Europeus que referem “Para serem selecionados para os Campeonatos da Europa de Pista Coberta, para além da realização das marcas de qualificação, os atletas têm de participar no Campeonato de Portugal de pista coberta(…)”.