A Osteopatia pode ajudar a melhorar o desempenho desportivo no atletismo, atuando principalmente na prevenção das potenciais lesões
O atletismo é uma modalidade desportiva que pode ser caracterizada por dois aspetos fundamentais: por um lado, pelas capacidades físicas, que influenciam a performance competitiva dos atletas; por outro lado, pela objetividade e rigor dos resultados, que se medem ao centímetro e ao centésimo de segundo.
A Osteopatia pode ajudar a melhorar o desempenho desportivo no atletismo, atuando principalmente na prevenção das potenciais lesões. Promove o equilíbrio estrutural e funcional, melhora a mobilidade articular e reduz as aderências e as restrições de tecido mole, de maneira a facilitar a circulação sanguínea.
A disfunção osteopática afeta sempre o movimento, antes de provocar dor, perturbar os órgãos ou atingir uma região. Ou seja, antes de se multiplicar e de se expandir. Inclui toda a modificação anormal das posições e dos movimentos das estruturas. A lesão ou a disfunção estará presente, sempre que elementos estruturais comecem a mover-se de forma anormal, sem que haja inicialmente alteração dos tecidos. Os ossos, nesta fase inicial, não estarão desajustados, os músculos não estarão rompidos, e ainda assim, a lesão ou disfunção osteopática está presente.
As estruturas estão interligadas e interagem entre si, resultando em funções equilibradas e homeostásicas. A Articulação Sacroilíaca (AS), que une a pelve à coluna, apresenta movimentação limitada e desempenha um papel importante na transmissão de forças entre a parte superior e inferior do nosso corpo.
A dor decorrente da disfunção desta articulação pode localizar-se acima dos glúteos, ou na região lombar. Tipicamente irradia para a região posterior da coxa (podendo ser confundida com a dor ciática), para a região da articulação coxa-femoral e da virilha. É comumente confundida também com hérnia\protusão discal, distensão muscular, tendinites e bursites.
Nas corridas de meio-fundo e fundo há muitas forças tensionais aplicadas à pelve, quando os membros inferiores se movem, sendo frequente existir inflamação da AS (sacroileíte). Esta tem origem mecânica e decorre das forças geradas sobre ligamentos, ossos e cartilagem, durante a corrida.
As lesões mecânicas por hipomobilidade articular são das causas mais frequentes de dor lombar, sendo, no entanto, passíveis de tratamento. Geralmente ocorrem nos atletas, e podem estar associadas com atividades em que os movimentos levam a um stress rotacional sobre a articulação sacroilíaca, como é o caso do atletismo.
Alguns sintomas que os atletas podem sentir:
- Dor e\ou crepitação ao entrar e sair do carro, sentar-se e levantar-se da cadeira;
- Dificuldade/dor ao cruzar as pernas (para atar os ténis, por exemplo);
- Dor durante a prática de corrida, principalmente no impacto do pé no chão;
- Sensação de ter uma perna mais curta do que a outra.
O diagnóstico osteopático é realizado através da história clínica do paciente, do exame físico e de exames de imagem, como a radiografia simples, a tomografia computorizada ou a ressonância magnética.
O tratamento osteopático apresenta ótimos resultados, consistindo, principalmente, em:
- Correção dos desequilíbrios e fortalecimento das estruturas musculares implicadas;
- Técnicas de mobilização e manipulação articular;
- Treino da estabilidade das estruturas articulares implicadas e do tronco;
- Correção (quando possível) das alterações biomecânicas do atleta e da técnica, como forma de prevenir uma recessão na articulação sacroilíaca.