Rui Teixeira, campeão nacional, será o único português no Mundial de Corta-Mato que este sábado se realiza em Aahrus (Dinamarca), com provas entre as 10 horas (portuguesas) – a estafeta mista – e as 13 horas (seniores masculinos). Será a mais reduzida presença nacional desde as ausências nas edições de 1974 e 1975, depois da presença na inauguração da competição, em 1973. Em 2017, Portugal esteve representado por duas juniores e em 2015 por um júnior e uma júnior. A nível de seniores, Portugal não apresentará equipa pela quinta vez consecutiva no setor masculino e pela quarta no feminino.
123º classificado em 2007 (já lá vão 12 anos!) – tinha ele 25 anos – Rui Teixeira fará agora obviamente melhor, não devendo andar longe das classificações dos melhores portugueses de 2004 para cá, entre o 42º lugar de Youssef el Kalai em 2010 e o 72º de Licínio Pimentel em 2008. Serão cerca de 160 os concorrentes, dos quais apenas três dezenas são europeus.
Os africanos dominarão mais uma vez e a grande expetativa centrar-se-á no queniano Geoffrey Kamworor, campeão em Guiyang (China)’2015 e em Kampala (Uganda)’2017 e que tentará entrar no restrito lote de atletas com três ou mais títulos, liderado por Kenenisa Bekele, com 6 (entre 2002 e 2008), seguido de John Ngugi, com 5 (1986-1992), Paul Tergat, com 5 (1995-1999) e… Carlos Lopes, com 3 (1976, 1984 e 1985). Outro forte candidato ao título é o ugandês Joshua Cheptegei e há grande expetativa ainda em dois atletas com idade de juniores e que, a sagrarem-se campeões, se tornarão nos mais jovens de sempre: o ugandês Jacob Kiplimo, com 18 anos e 4 meses, e o etíope Selemon Barega, com 19 anos e 2 meses.
Coletivamente, o Quénia ganhou seis vezes seguidas entre 2006 e 2011, mas perdeu para a Etiópia as três últimas edições. Os dois países ganham desde 1980, último ano com triunfo da Grã-Bretanha.
No setor feminino, foram quenianas as seis últimas vencedoras individuais. Desta vez, apresentarão como principais trunfos, a campeã mundial de 2015 (e 4ª em 2017), Agnes Tirop, e a campeã nacional Hellen Obiri. Mas atenção às etíopes Dera Diba, que ganhou a prova de seleção do seu país, e Letesembet Gidey, campeã mundial júnior em 2015 e 2017. Desde o triunfo português de 1994, as vitórias coletivas femininas pertenceram sempre a Quénia ou Etiópia. Mas o Quénia triunfou cinco vezes nas seis últimas edições e em 2017 meteu as suas seis atletas nos seis primeiros lugares! Volta a ser o principal favorito.
Apenas dez equipas se inscreveram na estafeta mista (4×2 km). O Quénia ganhou a edição inaugural de há dois anos e deverá vencer de novo.
Entre os juniores, a grande curiosidade será a presença do norueguês Jakob Ingebrigtsen, três vezes campeão europeu júnior e que tem sido (e promete continuar a ser…) uma exceção ao total domínio africano nas corridas longas.