Caster Semenya apelou ontem diante da justiça suíça da decisão do Tribunal Arbitral do Desporto que confirmou a regra da IAAF imposta às atletas com hiperandrogenismo em baixar as suas taxas de testosterona.
“Eu sou uma mulher e uma atleta de classe mundial. A IAAF não me drogará nem me impedirá de ser o que sou”, disse a campeã olímpica dos 80 metros no seu apelo ao Supremo Tribunal Federal suíço de Lausanne.
O apelo de Semenya verifica-se 24 horas antes do meeting de Estocolmo, onde se disputará a primeira prova de 800 metros da Liga Diamante, depois da entrada em vigor do novo regulamento da IAAF. A sul-africana não poderá participar, tal como Francine Niyonsaba e Margaret Wambui, que a acompanharam no pódio dos 800 metros nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Segundo a advogada suíça encarregada do apelo de Semenya, Dorothee Schramm, “o novo regulamento da IAAF viola um dos princípios fundamentais do direito suíço. No interesse da justiça, os direitos humanos devem sobrepor-se aos interesses desportivos”.