Foram bastante positivos os Nacionais de Juniores realizados no fim-de-semana, em Vagos. E tiveram como principais figuras o sportinguista Gerson Balde, que bateu o recorde dos campeonatos no salto em altura, com 2,14, mais dois centímetros que Carlos Pereira (J. Vidigalense), em 2006, e a benfiquista Delphine Nkansa, que melhorou a marca dos 100 m de 11,82 alcançada na época passada por Beatriz Andrade, então no SCU Torreense, para 11,69. Também houve recorde dos campeonatos nos 4×400 m masculinos, com a equipa do Sporting (3.17,62) a fazer melhor que as formações do Sporting em 1990 e do Marítimo em 2003, ambas com 3.21,10. No Nacional de provas combinadas, realizado em maio, o benfiquista Edgar Campre, com 7323 pontos no decatlo, havia batido também o recorde dos campeonatos, que pertencia a Pedro Santos (CP Alcanena), com 6934 pontos desde 2007.
Para além dos recordes, há a salientar, de uma forma geral, as marcas alcançadas, que superam largamente as da época passada: no setor masculino, foram melhores agora as marcas de 13 dos vencedores (8 piores e uma igual) e de 13 dos terceiros classificados (9 piores); no setor feminino, a vantagem de 2019 foi de 13-8 nas campeãs e de 14-7 nas terceiras.
Positivo, igualmente, o facto de 21 dos 40 campeões continuarem como juniores em 2020. E, destes, Diogo Freitas (martelo), Débora Quaresma (peso) e Rita Figueiredo (800 m) são ainda juvenis, com a particularidade desta última, atleta do Ribeirinhos, de Viseu, ainda ser juvenil de 1º ano! No conjunto dos 40 pódios, metade dos atletas masculinos (30 em 60) e mais de metade dos femininos (37 em 60) continuarão como juniores na próxima época, sendo 20 deles (6 masculinos e 14 femininos) ainda juvenis.
Dois atletas conseguiram os seus terceiros títulos juniores consecutivos na mesma prova: os benfiquistas Leandro Ramos no dardo e Fatoumata Balde no comprimento. Já Fatoumata Diallo (CO Pechão) foi campeã de 400 m nos últimos três anos (2016 a 2018) mas perdeu agora face a Juliana Guerreiro, tanto nos 400 m planos como nos 400 m barreiras. Dos atletas que mantiveram os títulos conquistados na época passada, três deles terão em 2020 a possibilidade de ganharem pela terceira vez: João Pedro Buaró (vara), Mariana Pestana (martelo) e Bárbara Bica (dardo).
Nos Nacionais deste ano, houve seis atletas a “bisarem” títulos: Omar Elkhatib (200 e 400 m), Nuno Pereira (800 e 1500 m), Edgar Campré (110 m barreiras e decatlo), Juliana Guerreiro (400 m e 400 m barreiras), Lia Lemos (1500 e 3000 m) e Fatoumata Balde (100 m barreiras e comprimento). Ganharam três medalhas (individuais) Leandro Ramos (1º no dardo e 2º no peso e disco), Mamadu Jaló (2º nos 110 m barreiras e comprimento e 3º no triplo), Martim Faustino (2º nos 400 m barreiras e 3º nos 110 m barreiras e comprimento), e, no setor feminino, Juliana Guerreiro (1ª nos 400 m e 400 m barreiras e 3ª na altura) e Juliana Brites (1ª no triplo, 2ª nos 100 m barreiras e 3ª no comprimento).
A nível coletivo, larga superioridade do Sporting que em 2018, no setor masculino, perdera face ao Benfica por 125 pontos e agora deu a volta ganhando por 78 pontos, enquanto no feminino, depois de triunfar em 2017 com 22 pontos de vantagem sobre a J. Vidigalense e em 2018 com 10 pontos sobre o Benfica, triunfou agora com largos 81 pontos novamente sobre o Benfica. De um ano para o outro, as equipas juniores são normalmente renovadas em mais de 50 por cento. Daí que seja incompreensível o facto de na Taça dos Clubes Campeões Europeus, que se realiza em setembro, estarem as equipas campeãs na época anterior (sem pelo menos metade dos atletas que se haviam sagrado campeões nacionais) e não as equipas campeãs dessa época. No setor masculino, este ano, em Leiria, estará a equipa do Benfica, muito inferior aquela que foi campeã nacional na época passada, enquanto em 2020 estará presente o Sporting… sem metade ou mais dos atletas agora campeões e que então serão seniores…