(Foto FPA)
Dia histórico para o atletismo português, que ganhou a I Liga do Europeu de Seleções e terá a sua seleção no (restrito) lote de oito equipas que dentro de dois anos disputarão a Superliga. Depois de terminar a 1ª jornada com surpreendentes 23 pontos de vantagem sobre a segunda classificada (Noruega), Portugal sagrou-se campeão com mais 21 pontos que a Bielorrússia e nada menos de 33 sobre a Noruega, aumentando na 2ª jornada a vantagem sobre todas as restantes formações, exceto a Bielorrússia, que ganhou nada menos de seis provas (cinco no setor feminino). Uma vantagem que não deixa dúvidas quanto à superioridade da seleção nacional, já que é bem superior a inesperadas falhas de que algumas formações se possam queixar. Portugal estará dentro de dois anos na Superliga, agora com apenas oito seleções, as mais fortes da Europa! Será a terceira presença portuguesa na mais importante das competições coletivas europeias, mas nas anteriores, em 2009 e 2011, eram 12 as seleções em competição. Esta vitória representa um teórico 13º lugar entre as 48 seleções presentes nas quatro divisões, o que significa um lugar próximo do primeiro quarto.
Na 3ª jornada, este domingo, a seleção nacional não foi tão consistente em termos de classificações, mas teve dois vencedores e três segundos lugares, os quais compensaram as seis classificações na segunda metade, entre os 6º e 9º lugares.
Como se esperava, Pedro Pichardo, em estreia pela seleção portuguesa, ganhou o triplo, mesmo não chegando aos 17 metros. Conseguiu 16,94 no 1º ensaio, 16,98 no 2º (sem pisar a tábua de chamada…) e dois nulos, deixando o segundo a 16 centímetros.
Já algo inesperada foi a vitória de Lorène Bazolo nos 200 m, prova na qual a favorita, a holandesa Jamile Samuel, não se apresentou à partida. Bazolo correu muito bem e derrotou a bielorussa Krystina Tsimanouskaya por três centésimos (23,78-23,81) em mais uma corrida com forte vento contrário (-2,0 m/s).
Portugal conseguiu três segundos lugares. Evelise Veiga igualou por duas vezes a sua melhor marca da época (6,61) mas com vento a mais: +3,1 m/s no 2º ensaio e +2,8 m/s no 3º. Melhor que ela, apenas a bielorussa Nastassia Ivanova, com 6,76 (v:+3,1). André Pereira liderou os dois primeiros quilómetros dos 3000 m obstáculos e quando o norueguês Tom Karbo se isolou (chegou a cair a uma volta do fim!), o atleta nacional aguentou bem o 2º lugar, terminando em 8.53,60. Nos 5000 m, sem as melhores fundistas nacionais, Portugal substituiu Cátia Santos, a atleta selecionada, pela júnior Mariana Machado e a aposta foi certeira pois a atleta do SC Braga foi segunda… com a melhor marca europeia júnior deste ano: 16.01,14! Melhor júnior que ela, em Portugal, apenas a recordista nacional Inês Monteiro, com 15.44,81. Mariana apenas foi derrotada pela romena Roxana Barca, que gastou 15.59,66. Finalmente, já em clima de festa (antes das estafetas, Portugal já era virtual campeão), a equipa feminina de 4×400 m foi segunda com 3.33,95, a quinta marca nacional de sempre.
De uma forma geral, todos os atletas nacionais cumpriram. As marcas ressentiram-se do vento que voltou a fazer-se sentir. Nesta 3ª jornada, apenas Francisco Belo, 10º no disco, terá ficado aquém das expetativas. Destaque para o facto de, para além de Mariana Machado, integrarem a seleção mais dois juniores, Nuno Pereira (5º nos 800 m) e Leandro Ramos (8º no dardo).
Resultados dos vencedores e dos atletas portugueses:
Masculinos:
200 m (v:-2,0): 1º Christopher Garia HOL 20,85; 5º Diogo Antunes POR 21,32.
800 m: 1º Balázs Vindics HUN 1.49,62; 5º Nuno Pereira POR 1.50,44.
3000 m: 1º Isaac Kimeli BEL 8.09,09; 6º Isaac Nader POR 8.13,71.
3000 m obstáculos: 1º Tom Karbo NOR 8.52,00; 2º André Pereira POR 8.53,60.
110 m barreiras (v:-1,3): 1º Vitali Parakhonka BLR 13,73; 7º Rasul Dabo POR 14,37.
Vara: 1º Sondre Guttormsen NOR 5,51; 4º Diogo Ferreira POR 5,26.
Triplo: 1º Pedro Pichardo POR 16,98 (+1,8); 2º Razvan Grecu ROM 16,82 (+2,9).
Disco: 1º Ola Stunes Isene NOR 64,80; 10º Francisco Belo POR 53,32.
Dardo: 1º Edis Matusevicus LIT 82,35; 8º Leandro Ramos POR 69,36.
4×400 m: 1º Turquia, s/tempo; 8º Portugal (Mauro Pereira, Ricardo Santos, Diogo Pinhão, João Coelho) s/tempo (a organização não atribuiu tempos oficiais na 2ª série).
Femininos:
200 m (v:-2,2): 1ª Lorene Bazolo POR 23,78; 2ª Krystina Tsimanouskaya BLR 23,81.
1500 m: 1ª Daryia Barysevich BLR 4.50,60; 4ª Salomé Afonso POR 4.51,77
5000 m: 1ª Roxana Barca ROM 15.59,66; 2ª Mariana Machado POR 16.01,14.
100 m barreiras (v:-1,1): 1º Nadine Visser HOL 12,98; 6ª Olímpia Barbosa POR 13,63.
Altura: 1ª Karyna Taranda BLR 1,92; 5ª Anabela Neto POR 1,79.
Vara: 1ª Iryna Zhuk BLR 4,56; 6ª Marta Onofre POR 4,11.
Comprimento: 1ª Nastassia Ivanova BLR 6,76 (+3,1); 2ª Evelise Veiga POR 6,61 (+2,8; 6,19/+1,3).
Peso: 1ª Aliona Dubitskaya BLR 18,78; 5ª Eliana Bandeira POR 16,04.
4×400 m: 1º Noruega, 3.33,69; 2º Portugal (Rivinilda Mentai, Vera Barbosa, Dorothé Évora, Cátia Azevedo) 3.33,95.
Pontuação final: 1º Portugal, 302; 2º Bielorrússia, 281; 3º Noruega, 269; 4º Holanda, 259; 5º Bélgica, 241; 6º Turquia, 234; 7º Irlanda, 227; 8º Roménia, 225,5; 9º Hungria, 223; 10º Eslováquia, 186; 11º Lituânia, 173,5 (as quatro últimas seleções descem à II Liga).
Quem diria, ganharam sem espinhas!
Parabéns a todos por este dia histórico para o atletismo português.