A Maratona de Berlim disputa-se já no próximo domingo dia 29. Integrada na série das Marathon Majors, Berlim não terá este ano a presença do queniano Eliud Kipchoge, atual recordista mundial e último vencedor, que vai tentar novamente quebrar a barreira das duas horas, agora no projeto “1h59 Challenge”, em Viena.
Mas se Kipchoge não está presente, nem por isso a prova deixa de registar a presença de atletas de elevado nível. Quem agora encabeça a lista dos melhores corredores é o etíope Kenenisa Bekele, vencedor da Maratona de Berlim de 2016, com 2h03m03s, ficando então a apenas alguns segundos do recorde mundial e obtendo a terceira melhor marca mundial na época. Bekele tem no seu currículo 16 títulos mundiais e dominou as pistas de atletismo nas distâncias de 5.000 m e 10.000 m ao longo de 15 anos, antes de se dedicar à maratona, quando em 2014 correu em 2h05m03s na sua estreia em Paris. Aos 37 anos, o etíope correrá pela terceira vez em Berlim.
Nos últimos dez anos, o pódio em Berlim tem sido dominado por quenianos. Durante este período, apenas dois etíopes conseguirem vencer a prova alemã: o próprio Bekele em 2016 e Haile Gebrselassie em 2009.
Para tentar superar esse domínio queniano, Bekele terá a companhia de outros quatro compatriotas, todos eles com resultados que podem colocá-los entre os melhores: Guye Adola, Leul Gebrselassie, Sisay Lemma e Birhanu Legese.
Medalhado de bronze do Campeonato do Mundo de Meia-Maratona em 2014, Guye Adola, de 28 anos, correu a mais rápida maratona para um estreante na distância, em Berlim 2017, quando foi segundo com 2h03m46s, marca que ainda é recorde pessoal.
Com apenas três maratonas no currículo, Birhanu Legese, de 25 anos, venceu em Tóquio em Março último com 2h04m48s. Ele tem como recorde pessoal 2h04m15s, quando foi sexto em Dubai. Em 2015, venceu a Meia-Maratona de Berlim em 59m45s.
Leul Gebrselassie e Sisay Lemma também conseguiram as suas melhores marcas na Maratona de Dubai de 2018. Gebrselassie, de 25 anos, fez 2h04m02s na sua estreia na distância, quando foi segundo. Em Dezembro de 2018, venceu a Maratona de Valência em 2h04m31s, novo recorde de percurso. Em Abril deste ano, foi oitavo em Londres, com 2h07m15s.
Já Sisay Lemma, de 28 anos, talvez seja o mais experiente dos quatro em maratonas. Ele foi quinto no Dubai 2018 com 2h04m08s, recorde pessoal nos 42,195 km. Lemma tem no currículo, vitórias nas maratonas de Viena e Frankfurt em 2015.
Conseguirá Gladys Cherono o seu quarto triunfo?
Se em masculinos, Berlim sentirá a falta do último vencedor, em femininos os organizadores terão a presença da queniana Gladys Cherono, de 36 anos, tricampeã na prova alemã (2015, 2017 e 2018) e também recordista do percurso (2h18m11s). E, pela primeira vez, a prova terá o duelo entre Cherono e a sua compatriota Vivian Cheruiyot. As duas correram no ano passado, maratonas em menos de 2h19m.
A vitória de Cherono no ano passado colocou-a ao lado de outras atletas tricampeãs em Berlim: a polaca Renata Kokowska, a alemã Uta Pippig e a etíope Aberu Kebede. Se vencer este ano, a queniana entrará para a história da prova como única a vencer quatro vezes.
Já Vivian Cheruiyot, de 35 anos, fará a sua estreia em Berlim. A campeã olímpica de 5.000 m no Rio de Janeiro 2016, venceu no ano passado Londres em 2h18m31s, e este ano foi segunda com 2h20m14s. Será a primeira vez que as duas se enfrentam na capital alemã.
A prova terá ainda a presença da etíope Mare Dibaba, de 29 anos, que já correu duas vezes abaixo de 2h20m e foi medalha de bronze na maratona dos Jogos do Rio de Janeiro 2016 e ouro no Mundial na Maratona em Pequim em 2015.