Criticado pelo ex-recordista mundial Michael Coleman que afirmou que o jovem não pode ser ídolo por ter faltado a três exames antidoping em 2019, Coleman afirma que está com a consciência tranquila
Já passava da meia-noite no Qatar, quando Christian Coleman chegou à sala de imprensa do Estádio Khalifa. Duas horas antes, ele havia-se sagrado campeão mundial dos 100 metros. Mas o ambiente não era o melhor. Muitos não esqueceram que Coleman faltou a três controlos antidoping.
Coleman teve de enfrentar o assunto. Numa recente entrevista à BBC, o antigo ídolo do atletismo norte-americano Michael Johnson, afirmou que Christian Coleman nunca será “rei do atletismo” devido à sua conduta antiética antes do Mundial de Doha. :00/02:38
– “O Michael Johnson não paga as minhas contas”, disse Coleman, antes de responder a outra pergunta sobre a sua polémica com o antidoping. “Eu não cometi nenhuma trapaça. Estou competindo limpo, não sou um atleta dopado. Vou tomar medidas para que essas falhas nunca mais se repitam”, completou o novo campeão mundial dos 100 m, que revelou ter faltado a outro teste antidoping quando ainda era atleta universitário.
Aos 23 anos, o norte-americano trabalha agora para construir uma imagem de ídolo. Interrogado sobre como fará para preencher a lacuna deixada por Usain Bolt, ele preferiu evitar comparações.
– “O Bolt é o Bolt, eu sou eu. Tudo o que ele fez entrou para a história. Agora é a hora de construir a minha. Prefiro não traçar objetivos comparados à carreira dele”, disse Coleman, que ainda foi questionado por um jornalista do seu país sobre uma suposta falta de carisma.
– “Ninguém precisa fazer caretas para a câmara para ser ídolo. Ele tinha o jeito irreverente dele, eu tenho o meu”, resumiu.
Sobre o futuro, Coleman admitiu que agora a prioridade é confirmar o título mundial nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. “É o que eu vou procurar agora. A minha meta é trabalhar para permanecer no topo e construir assim a minha trajetória no atletismo”, finalizou.