Houve de tudo na 2ª jornada do Campeonato de Portugal, em Pombal: recordes dos campeonatos (2), bom conjunto de marcas, surpresas. Foram uns bons campeonatos! Destaque na jornada deste domingo para os dois recordes dos campeonatos, através de João Oliveira (Benfica) na eliminatória de 60 m barreiras, com 7,71 (fez 7,74 na final) e de Patrícia Mamona (Sporting) em nada menos de três ensaios do triplo (14,14, 14,30 e 14,31). Muito boas as marcas dos vencedores do comprimento (Marco Chuva, com 7,73) e peso (Francisco Belo, com 20,47). E grande emoção no heptatlo, decidido entre Manuel Dias (5450 p.) e Edgar Campre (5448 p.) com apenas dois pontos de diferença!
Mas vejamos o que de mais relevante aconteceu prova a prova, deixando para amanhã um balanço dos campeonatos.
MASCULINOS:
60 m barreiras: Depois de ter conseguido 7,71 (recorde dos campeonatos) na eliminatória, João Oliveira (Benfica), recentemente naturalizado, foi o natural vencedor da final, com 7,74, bem à frente de Rasul Dabó (Sporting), com 7,88. Folgado recorde pessoal para Paulo Neto (J. Serra), de 8,11 para 7,99, enquanto Edson Gomes (Benfica) ficou aquém da sua valia (fez 8,13 contra um recorde pessoal de 8,01).
800 metros: Apenas 54 centésimos separaram nada menos de seis atletas! José Carlos Pinto (Benfica) foi o campeão, mas à tangente, com 1.53,19 contra 1.53,21 de António Cunha (CPT Sobral Ceira), num cerradíssimo sprint final. Bronze para Miguel Moreira (Sporting), com 1.53,34, à frente de Sandy Martins (SFRA Amadora), que liderou quase sempre e terminou com 1.53,50. Miguel Mascarenhas (20 Km Almeirim) chegou a seguir, com 1.53,73, mas acabou sexto na geral, pois António Rodrigues (CA Seia), mesmo sem adversários por perto, conseguiu 1.53,66 na série anterior. Merecia melhor que o 5º lugar geral…
3000 metros: Os benfiquistas Isaac Nader e Alexandre Figueiredo revezaram-se no comando mas, na última volta, Paulo Rosário (Sporting) foi irresistível e ganhou com 8.09,56, enquanto Isaac Nader, já batido, abrandou nos metros finais (8.12,11). Fechou o pódio Fernando Serrão (Sporting), com 8.12,76, à frente de Alexandre Figueiredo (8.14,74 – recorde pessoal).
Altura: Sem Paulo Conceição e Tiago Pereira e com Victor Korst (Benfica), sempre muito irregular, longe do que vale (foi 5º com 2,03, falhando depois 2,10), Gerson Baldé (Benfica) confirmou o favoritismo, ao passar 2,13, falhando depois a 2,18. Nelson Pinto (CA Seia) igualou o seu recorde pessoal com 2,10 e Francisco Barreto (SC Braga) fechou o pódio com 2,07, com João Duarte (Maia AC), 4º classificado, a igualar o seu melhor de 2,07.
Comprimento: Excelente concurso, com seis atletas acima dos 7,39, com realce para Marcos Chuva (Benfica), que manteve o título ao conseguir 7,73 naquela que foi apenas a sua segunda competição da época. Foi no 5º ensaio, já tinha 7,36 e 7,51 e estava a um centímetro de Ivo Tavares (Benfica), que tem dominado e começara com 7,47 e 7,52 mas depois não conseguiu melhor. Completou o pódio Nelson Évora (Sporting), que estava com 7,19 (3º ensaio) mas no último ensaio chegou a 7,43, mais dois centímetros que Danilo Almeida (C Benf. Faro). Este, que conseguira um recorde pessoal de 7,41 no 2º ensaio, confirmou com 7,37 no 3º mas lesionou-se no 4º ensaio. Valter Pinto (SC Braga) foi o 5º, com 7,39, a mesma marca de Carlos Veiga (SC Braga) mas com melhor segundo ensaio (7,36-7,24).
Peso: Francisco Belo (Benfica), regularíssimo acima dos 20 metros (20,47-20,22-20,12-x-20,42-20,39), renovou o título e deixou Tsanko Arnaudov (Benfica) a 22 centímetros (20,25). Marco Fortes (Sporting) foi um natural terceiro, com 17,23. O 6º classificado fez 15,82, o que reflete o progresso da especialidade.
Heptatlo: Despique emocionante entre os benfiquistas Manuel Dias (5450 p.) e Edgar Campre (5448 p.), separados por apenas dois pontos e agora 5º e 6º de sempre. Grandes progressos de ambos. Manuel Dias, já campeão em 2019, progrediu de 5300 para 5450 pontos. Fez melhor nos 60 metros do primeiro dia e em todas as três provas do segundo: 8,63 nas barreiras, 4,70 na vara e 2.40,38 nos 1000 m. Sensacional o ex-júnior Edgar Campre, que progrediu mais de 300 pontos (5129-5448 p.) e é já o 4º sub’23 de sempre. Progrediu em seis das sete provas, só “falhando” os 1000 m. Obteve no 2º dia 8,18-4,70-3.01,57. Completou o pódio André Oliveira (J. Vidigalense), com um recorde pessoal de 4592 pontos. Um dos favoritos, Abdel Larrinaga (Benfica), desistiu após a prova de barreiras.
4×400 metros: O Benfica (3.23,79) apresentou uma equipa B (ou nem, isso!…) – o melhor era Diogo Pinhão – e acabou surpreendido na parte final pela formação do CA Seia, com Ericsson Tavares a passar para a frente (3.23,67). O Grecas fechou o pódio, com 3.24,04.
FEMININOS:
60 m barreiras: Apesar de uma má partida, Olímpia Barbosa (Sporting) foi natural campeã, embora com um tempo a ressentir-se: 8,48. Duas jovens completaram o pódio com folgados recordes pessoais: Catarina Karas (Sporting), com 8,59, e Catarina Queirós (J. Serra), com 8,60, agora as 9ª e 10ª sub’23 de sempre.
800 metros: Grande superioridade de Mariana Machado (SC Braga), que liderou sempre e terminou em 2.08,83, a seis centésimos do seu melhor. Recordes pessoais para Francisca Cantante (GR Eirense), segunda com 2.11,86, e para a júnior Carla Rodrigues (Benfica), terceira com 2.11,98.
3000 metros: Vitória folgada de Joana Soares (J. Serra), que liderou sempre e conseguiu um recorde pessoal de 9.16,76. Susana Godinho (GD Estreito) ultrapassou no final Carla Mendes (SCB) na luta pelo 2º lugar: 9.23,17 contra 9.24,00, recordes pessoais para ambas.
Triplo: Mais um título (o 7º) de Patrícia Mamona (Sporting), que bateu por três vezes o recorde dos campeonatos que era de Susana Costa desde o ano passado, com 14,13: obteve 14,14 no 2º ensaio, 14,30 no 3º e 14,31 no 6º. Susana Costa (AC F. Ribeiro) passou pela primeira vez esta época dos 14 metros (14,02 ao 4º ensaio e 14,09 no 6º) e Evelise Veiga (Sporting) bateu o recorde pessoal de 13,48 para 13,68, reforçando a sua condição de terceira de sempre. Anabela Neto (Sporting), 5ª classificada, também progrediu, para 12,93, ficando à beira do top’10 de sempre, em 11º lugar.
Pentatlo: Grande (459 pontos!) superioridade de Jennifer Gomes (Grecas), vencedora das quatro primeiras provas e que somou 3769 pontos, marca que a coloca como 11ª de sempre. Obteve 9,04 nas barreiras, 1,75 na altura, 11,04 no peso, 5,62 no comprimento e 2.36,12 nos 800 m. A júnior Inês Pires (GCA Donas), com 3310 p., e Vera Castro (SC Braga), com 3191 p., completaram o pódio.
4×400 metros: Com o Sporting ausente (porquê?), houve luta acesa pelo pódio. A formação madeirense da ADR Água de Pena, que liderou desde o primeiro percurso, acabou por garantir a vitória em 3.59,52, à frente do GR Eirense (4.00,25) e do SC Braga (4.01,71).