Numa entrevista ao Guardian, o britânico Guy Learmonth, especialista dos 800 m, declarou que o Comité Olímpico Internacional devia adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio, previstos para 24 de Julho a 9 de Agosto, devido à epidemia do coronavírus.
Learmonth foi o capitão da equipa britânica nos Campeonatos da Europa em pista coberta disputados em Glasgow no ano passado e é o primeiro atleta da Grã-Bretanha a pedir o adiamento dos Jogos Olímpicos.
“Nós não temos nenhuma ideia da gravidade da situação e aquilo que já vimos até ao presente, poderá ser a ponta do iceberg”, declarou Learmonth. “Com certeza que o COI e o mundo inteiro querem os Jogos Olímpicos bem-sucedidos. Mas para que isso aconteça, eu creio firmemente que o evento deve ser adiado… Eu ficarei feliz se eles forem adiados pelo menos até Outubro ou talvez mais tarde, em 2021 ou 2022. Pelo menos, tal dará tempo aos atletas de planificar (o seu programa) e de se treinarem”.
Outro britânico, Martyn Rooney, medalha de bronze nos 4×400 m nos JO de Pequim e campeão europeu dos 400 m em 2014, pensa da mesma forma que o seu compatriota. “Eu penso que a maior parte dos atletas são pragmáticos e conscientes que a sua saúde e o seu bem-estar, mas também aqueles das equipas ao seu redor, são mais importantes”, declarou ele.
Já Dai Greene, campeão mundial em 2011 dos 400 m barreiras, declarou: “que há muitas incógnitas para os atletas”. Ele disse ainda que muitos deles estão inquietos com as consequências financeiras, se não puderem disputar as competições. “Uma grande parte (dos atletas) não é financiada ou não é suficientemente financiada para ganhar a sua vida. Nós não temos clubes que nos deem salários, nós não temos nada em quem confiar, é um período inquietante”.