Foi uma época internacional de pista coberta incompleta: faltou o Mundial na China, cancelado em março devido ao coronavírus. Seria o ponto alto. De qualquer forma, houve quem brilhasse a grande altura.
A grande figura da época foi o ainda jovem (20 anos) Armand Duplantis, verdadeiro sucessor de Sergey Bubka (6,15 em 1993) e Renaud Lavillenie (6,16 em 2014). Com 6,05 ao ar livre como melhor em 2018 (recorde mundial de juniores), ele conseguiu agora bater por duas vezes o recorde mundial, com 6,17 em Torun (8 fev.) e 6,18 em Glasgow (15 fev.), tendo ainda três outras marcas acima de seis metros (6,00, 6,07 e 6,01) no mês de fevereiro. Até onde chegará Duplantis, campeão mundial juvenil em 2015 e júnior em 2018, campeão europeu em 2019 e vice-campeão mundial em 2019? O atual campeão mundial, o norte-americano Sam Kendricks, recordista das Américas do Norte e Central com 6,06 ao ar livre em 2019 (também campeão mundial em 2017 e terceiro nos Jogos de 2016), acabou por ficar na sombra, apesar de ter melhorado para 6,01 em pista coberta, sendo agora o sexto de sempre.
Muito perto do recorde mundial ficou o norte-americano Ryan Crouser, que lançou o peso a 22,60 (tinha 22,19 como melhor), ficando a escassos seis centímetros do recordista (desde 1989!) Randy Barnes.
Mas houve mais quem tivesse brilhado nesta “semi-época” (o Mundial fez muita falta…), nomeadamente atletas norte-americanos. O velocista Christian Coleman, recordista mundial de 60 metros com 6,34 (mas em altitude), igualou a segunda marca mundial de sempre, com 6,37 (seria recorde mundial se as marcas em altitude não contassem…). O seu compatriota Ronnie Backer (6,40 como melhor na mesma prova em que Coleman bateu o recorde mundial) conseguiu agora 6,44 duas vezes, em Liévin e Madrid.
Quem também se aproximou do seu melhor foi Grant Holloway nos 60 m barreiras. Atual campeão mundial de 110 m barreiras, Holloway, que tem 7,35 como melhor (3º de sempre), chegou agora a 7,38.
Embora ainda distante do recorde mundial de Wilson Kipketer (1.42,67), outro norte-americano, Donovan Brazier, conseguiu 1.44,22 aos 800 m, marca que é recorde continental e o coloca como quinto de sempre na distância.
Outro atleta que subiu no top’10 mundial de sempre foi Fabrice Zango Hugues (Burundi) que obteve 17,77 no triplo, marca que o coloca como 4º de sempre e não muito distante (15 cm) do recorde mundial de Teddy Tamgho.
Uma referência ainda para o britânico Tom Bosworth, que conseguiu 18.20,97 nos 5000 m marcha, marca que o coloca como 8º de sempre numa prova que deixou de fazer parte do programa das grandes competições.
SUBIDAS NO TOP’10 MUNDIAL DE SEMPRE EM PISTA COBERTA
1º | Armand Duplantis | SUE | vara | 6,18 |
2º | Ryan Crouser | EUA | peso | 22,6 |
4º | Fabrice Zango Hugues | BUR | triplo | 17,77 |
5º | Donovan Brazier | EUA | 800 m | 1.44,22 |
6º | Sam Kendricks | EUA | vara | 6,01 |
8º | Tom Bosworth | GBR | 5000 m M | 18.20,97 |
MELHORES DO ANO PROVA A PROVA
60 m | Christian Coleman | EUA | 6,37 |
200 m | Terrance Laird | EUA | 20,43 |
400 m | Randolph Ross | EUA | 45,44 |
800 m | Donovan Brazier | EUA | 1.44,22 |
1500 m | Josh Thompson | EUA | 3.34,77 |
3000 m | Getnet Wale | ETI | 7.32,80 |
60 bar. | Grant Holloway | EUA | 7,38 |
Altura | Darryl Sullivan | EUA | 2.33 |
Tom Gale | GBR | 2,33 | |
Luis Zayas | CUB | 2,33 | |
Jamal Wilson | BAH | 2,33 | |
Ilya Ivanyuk | RUS | 2,33 | |
Vara | Armand Duplantis | SUE | 6,18 |
Comp. | Juan M. Echevarria | CUB | 8,41 |
Triplo | Fabrice Zango Hugues | BUR | 17,77 |
Peso | Ryan Crouser | EUA | 22,6 |
Heptatlo | Artem Makarenko | RUS | 6320 |
5000 m M | Tom Bosworth | GBR | 18.20,97 |
4×400 m | Texas A&M Mix | EUA | 3.02,77 |