Usain Bolt abandonou a alta competição aos 31 anos, após os Mundiais de Londres 2017, quando já não era o mesmo sprinter de anos atrás. Numa conversa tida recentemente no Instagram Live com o britânico Collin Jackson (ex-recordista mundial dos 110 m barreiras), Bolt reconheceu que o seu adeus podia até ter sido antes dos Jogos do Rio em 2016. Aí, houve algo que o fez mudar de ideias: “Foi uma entrevista de Gatlin à TMZ. Perguntaram-lhe: ‘Vais ganhar os Jogos Olímpicos (Rio 2016)?’ E ele respondeu: ‘Sim, vou ganhar e retirar-me com a medalha de ouro no meu colo’. Esse vídeo motivou-me e disse: ‘Não vou deixar que Gatlin me ganhe. Isso não vai suceder”. E foi com esta motivação extra que Bolt ganhou, ainda que numa versão menos rápida que em Pequim 2008 e Londres 2012, três medalhas de ouro nos 100, 200 e 4×100 m.
Bolt reconheceu agora que 2016 foi “um dos anos mais difíceis” da sua carreira desportiva. “Perguntei a John Steffensen, um amigo que acabava de retirar-se. Como continuaste fazendo isso, inclusivamente quando sabes que já não queres seguir? Custava-me encontrar aliciantes. Tens que procurar uma motivação, então eu fiz isso”.
Bolt falou ainda da dificuldade em ser o melhor, o homem a bater: “Muita gente não entende como pode ser stressante essa situação e como te degasta”.
Nos dias de hoje, Bolt vai muitas vezes ver o seu grupo de treino e acompanha o treinador Glen Mills.