O coronavírus será mais prejudicial para o desporto feminino, segundo um inquérito da Associação Europeia de Desportistas (EU Athletes) em 29 sindicatos de 15 países e diversas modalidades
Eis as principais conclusões do inquérito:
– 90% das associações prevê uma redução dos salários: 55% prevê que sejam oferecidos menos contratos aos desportistas de elite e 48% estima que entre os seus filiados, haverá consequências psicológicas.
– 55% dos coletivos questionados, espera ter este ano deficits financeiros, enquanto que 17% considera que será uma situação que se prolongará por mais tempo.
– O maior impacto do coronavírus no desporto feminino é um dos pontos mais destacados do inquérito, já que 45% afirma que será mais prejudicial para elas, 52% prevê que será igual e 3% que será mais prejudicial no desporto masculino.
As conclusões do documento referem ainda que “a pandemia não é uma justificação para impor mudanças nos contratos dos desportistas à margem da lei” e defendem um apoio governamental às associações.
“A falta de apoio ao movimento associativo de desportistas é algo que necessita ser revisto a nível nacional e europeu”, refere a EU Athletes.
Segundo Paulina Tomczyk, secretária geral da Associação, “o relatório confirma claramente o papel essencial dos coletivos de desportistas, especialmente neste tempo de crise, algo que deve conhecer-se e apoiar-se”.
“Há uma necessidade urgente de afrontar temas como o estatuto de trabalhador do desportista, os seus direitos laborais e outros. A atual situação demonstra que os abusos nesta área situam os desportistas numa situação particularmente vulnerável”, acrescentou Paulina, na apresentação do inquérito.
“Há um medo real que o desporto profissional feminino sofra um retrocesso importante pela pandemia e que se percam muitos dos avanços tidos nestes últimos anos se não receber apoio”, apontou ela.