Vamos ouvir Rita Borralho, Kcénia Bougrova e Rosa Freitas. Como se iniciaram no atletismo? Quais os motivos para a mulher ter despertado para o desporto e o atletismo em particular? Qual a realidade atual a nível de atletas federadas e populares? Importância das Corridas da Mulher. Quem é mais competitivo, o homem ou a mulher? Como consegue a mulher conciliar o atletismo com a vida familiar e profissional/escolar?
Realiza-se hoje pelas 21 horas a quinta Conferência organizada pela Xistarca com a colaboração da Revista Atletismo.
Em Portugal, as mulheres ainda lutam em muitas situações pela igualdade de género. O desporto é um dos setores da sociedade onde a igualdade tarda a chegar.
No caso do atletismo, temos assistido a uma grande evolução. Não há muitos anos, a percentagem de mulheres corredoras raramente ultrapassava os 5 a 10%. Aquelas que se aventuravam a correr nas estradas, ouviam de tudo em pouco. As mentalidades mudaram e agora, já temos muitas provas com mais de 30% de mulheres. Apesar disso, ainda estamos longe do quadro geral europeu.
Para falar acerca da participação feminina na corrida, vamos ter hoje como convidadas, a ex-atleta olímpica e agora treinadora Rita Borralho, a jovem Kcénia Bougrova, vencedora de muitas provas de estrada e Rosa Freitas, atleta e treinadora do Plano Nacional de Marcha e Estrada.
Pode assistir em direto à conferência no facebook da Xistarca, clicando aqui.
Rita Borralho
Rita Borralho é alentejana de Serpa, tendo nascido em 1954. Representou o SL Benfica, Maratona CP e a Xistarca.
Foi uma das melhores atletas nacionais, tendo sido detentora dos recordes nacionais da maratona, meia maratona e 1.000 metros, este em 1976.
Foi campeã nacional de estrada em 1981 e da maratona em 1983, 1991 e 1992.
Venceu algumas das mais importantes provas de estrada como a Meia Maratona da Nazaré, Grande Prémio do Natal, S. Silvestre da Amadora, Corrida do Tejo, Corrida dos Sinos em Mafra, 20 Km de Almeirim
Viveu alguns anos no Brasil e no regresso, fundou a RB Running, clube de atletismo especializado na acessoria desportiva.
Correu 30 maratonas, tendo completado 23. Foi oito vezes internacional, tendo estado presente nos Jogos Olímpicos de 1984, em dois Mundiais e um Europeu. Ainda no Mundial de Corta-Mato em 1983 e de Estrada em 1984.
Kcénia Bougrova
Kcénia Bougrova nasceu na Bielorrússia mas veio para Portugal aos cinco meses, com os seus pais Ekaterina Khamenkova e Vladimir Bougrov, maratonistas que representaram a antiga URSS.
Aos 25 anos de idade, está a fazer o doutoramento em Neurociências na Fundação Champalimaud. É um exemplo de como é possível conciliar os estudos com o desporto.
Kcénia representou o Valejas AC, o CDUL e o Sporting CP antes de se transferir para o Run Tejo-CM Socks, onde diz sentir-se muito bem.
É uma das melhores atletas populares, com frequentes subida ao pódio. Antes de se dedicar à corrida, praticou ténis e karaté onde atingiu o 1º dan.
No mundo das corridas, aprecia particularmente “a magia de como pessoas com o mesmo gosto por correr, conseguem facilmente formar amizades e companheirismo, que se estendem por várias provas”. Confessa ainda ser uma pessoa muito competitiva consigo própria.
Rosa Freitas
Rosa Freitas é natural de Lisboa e tem 55 anos. Diretora financeira, o desporto tem feito sempre parte da sua vida, tendo praticado dança e artes marciais, antes de ter escolhido o atletismo em 2017.
Tem o curso de treinadora do grau 1 da Federação Portuguesa de Atletismo, é atleta da Runtejo-CM Stocks e treinadora do Plano Nacional de Marcha e Corrida da Marina de Oeiras.
É habitual participante dos Nacionais de Veteranos, em pista coberta, pista ao ar livre, corta-mato e estrada. Na pista, a sua distância preferida é os 800 metros mas faz um pouco de tudo, já participou num pentatlo de lançamentos, provas de velocidade e meio fundo.
É uma das melhores veteranas do seu escalão e já se estreou na maratona, no ano passado em Frankfurt com 3h47m.