O Comité Olímpico Internacional (COI) anunciou ontem que eliminou as imagens dos Jogos de Berlim 1936 que incluiu um vídeo sobre a chama olímpica em todas as edições e pediu desculpas a quem se tenha sentido ofendido porque as selecionou “para enviar uma mensagem de unidade e solidariedade”.
O organismo assegurou que as sequências, com Jesse Owens como protagonista, “não foram incluídas para celebrar esses Jogos”, mas sim para enviar essa mensagem, igual que as restantes selecionadas na série de mais de 30 curtas-metragens com momentos da chama olímpica, desde Atenas 1896 até ao Rio 2016, para comemorar “Um ano para o futuro” de Tóquio 2020.
“Pedimos desculpas a quem se sentiu ofendido pelo filme dos Jogos Olímpicos de Berlim 1936”, escreveu o COI na sua conta do Twitter, em que anunciou a eliminação das mesmas, depois de afirmar que alguns meios de comunicação social as interpretaram de “forma contrária ao que se pretendia”.
Destacou que “a história de Jesse Owens e Luz Long representa um momento icónico e histórico, onde o espírito de fraternidade se demonstrou ao mais alto nível” e que o norte-americano, vencedor de quatro medalhas de ouro – 100 e 200 metros, estafeta 4×100 e salto em comprimento – teve de sofrer no seu país a dolorosa realidade da segregação racial.
“Pelo contrário, na Vila Olímpica, vivia em igualdade de condições com todos os restantes atletas, desfrutando dos mesmos direitos. Através das suas conquistas desportivas, deu uma importante lição ao regime nazi, esmagando as afirmações desprezeis fascistas de superioridade racial”.
O COI destacou que Owens travou uma relação de amizade com o seu competidor alemão Luz Long, “criando momentos olímpicos icónicos de respeito e solidariedade”. A terminar, o COI referiu “Entendemos que o filme sobre os Jogos Olímpicos de Berlim de 1936, que incluiu esta estória, não foi percebida de esta maneira”.