À exceção da Região Autónoma da Madeira e do PT 281 Ultramarathon na região de Proença-a-Nova, as corridas em Portugal tardam em recomeçar. Para discutir esta situação, a Associação Portuguesa de Organizadores de Provas de Atletismo (APOPA) vai reunir-se no próximo dia 27 com a Secretaria de Estado da Juventude e Desporto.
Em representação da APOPA, estarão presentes, Fernando Andrade (Presidente), Jorge Teixeira (Vice-presidente) e António Campos (Presidente da Mesa da Assembleia Geral).
A APOPA emitiu entretanto um comunicado de imprensa que dado o seu interesse, divulgamos seguidamente na íntegra.
“Já serão veteranos aqueles que se lembram do Atletismo, ou melhor, a Corrida, ser um desporto elitista, no sentido em que apenas alguns sobredotados a praticavam. Em boa hora saiu para a rua, tornou-se popular, abriu as mentes, alterou comportamentos, deu movimento à sociedade. As pessoas deixaram de ter apenas uma atitude contemplativa perante os grandes talentos e passaram elas próprias a assumir-se como figurantes, cada uma à sua medida, dando corpo e dimensão ao fenómeno. A Corrida passou a ser um desporto de massas, com milhares e milhares de praticantes que, regularmente, iam marcando presença em várias provas, de norte a sul do País, nas estradas, nos trilhos, nas montanhas, nas praias.
Para garantir a promoção desses eventos, as organizações (a cargo de clubes, empresas, autarquias) assumiram um papel determinante na qualidade das provas, na mobilização de recursos, na satisfação dos atletas. Foram aprimorando os procedimentos visando a melhoria das condições e a segurança e tornando a participação nas provas cada vez mais apetecível.
Muitas provas passaram também a ser factores de atracção turística, que favorecem as economias criando empregos, gerando receitas para os locais e para o Estado, assumindo uma importância crescente.
Por serem muitos os problemas comuns às várias organizações, houve necessidade de ser criada, no ano de 2000, a Associação Portuguesa de Organizadores de Provas de Atletismo (APOPA) que passou, também, a integrar a Federação Portuguesa de Atletismo como associado extraordinário.
A pandemia veio suspender, bruscamente, todas as provas agendadas a partir de Março de 2020 e a falta de perspectivas de retoma começou a ser preocupante para os organizadores e para os atletas, sem esquecer que as empresas criadas para servir a Corrida, começam a tornar-se insustentáveis.
Nunca dantes foi tão necessário juntar os esforços dos organizadores para tentar sensibilizar as autoridades para, respeitando as regras sanitárias, se poder recomeçar a organização das provas, antes que seja tarde de mais e os danos se tornem irreversíveis.
Nesse sentido, a APOPA solicitou à Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, uma audiência que decorrerá no dia 27 do corrente mês de Agosto, ficando a esperança de que este encontro possa sensibilizar as entidades governamentais a olharem de forma justa para a realização das corridas populares que, cumpridas as regras contidas na proposta a apresentar, não serão, certamente, ameaça à saúde pública”.