William Reais, de 21 anos, é um atleta que reside na Suíça mas tem dupla nacionalidade luso-suíça e que se tem vindo a notabilizar, ao ponto de liderar os rankings nacionais desta época nos 100 m (10,35), 200 m (20,47), 300 m (32,59) e 400 m (46,45). E as suas marcas nos 200 m e 300 m são mesmo superiores aos recordes nacionais sub’23. Em La-Chaux-de-Fonds, a uma altitude próxima dos 1000 m, ele conseguiu no passado sábado os recordes pessoais nos 100 e 200 m e, nesta última distância, o seu tempo de 20,47 supera mesmo os recordes da Suíça e… de Portugal (pertencia – ou pertence… – desde 2007 a Arnaldo Abrantes, com mais um centésimo).
O atleta, que em 2018 esteve inscrito pelo Sporting mas não chegou a competir pelos “leões”, reside em Zurique, onde representa um clube local. Em termos internacionais, optou pela Suíça, mas tal não o impede de poder ser também recordista português, tal como já aconteceu com Jéssica Inchude, que tem dupla nacionalidade, optou por representar a Guiné-Bissau mas já foi recordista nacional do peso e continua a ser recordista sub’23. Resta saber se o atleta fez o necessário (para homologação de recordes) teste antidoping após as suas marcas…
Uma situação complicada, a que apenas a Federação poderá dar resposta. Até que ponto é lógico um atleta representar internacionalmente um país e ser (também) recordista por outro? O regulamento é omisso, mas está sempre a tempo de a questão se colocar.
20, 47 e não 29,47.
Obrigado pela correção.
Cumprimentos,
Manuel Sequeira