Balanço mundial da época (femininos): Giday e Jepchirchir em grande plano

Duas fundistas africanas estiveram em grande plano em 2020, ano marcado pelo coronavírus que, no entanto, não impediu algumas outras marcas de grande relevo, embora o nível geral tenha sido naturalmente inferior ao dos anos anteriores. Apenas nos 5000 m, 10000 m, triplo e disco as marcas líderes do ano superaram as de 2019 (houve igualdade na vara), entre as 23 provas olímpicas consideradas. A etíope Letesenbet Giday, nova recordista mundial de 5000 m, e a queniana Peres Jepchirchir, que bateu o recorde da meia-maratona, estiveram em particular evidência. Mas houve mais recordes: a holandesa Sifan Hassan na hora e uma equipa norte-americana de 4×1500 m. Também a russa Yelena Lashmanova fez bem melhor (3.50.42) que o recorde mundial da chinesa Hong Liu (3.59.15 em 2019) nos 50 km marcha, mas a federação internacional não o reconhecerá.

PÓDIO

1ª LETESENBET GIDEY (ETIÓPIA)

Em Valência, já em outubro, bateu (e por boa margem – quase cinco segundos) o recorde mundial dos 5000 m, com 14.06,62. Vice-campeã mundial de 10000 m em Doha’2019, conseguiu bater este ano o recorde de Tirunesh Dibaba (14.11,15) que durava desde 2008. E ainda só tem 22 anos…

2ª PERES JEPCHIRCHIR (QUÉNIA)

Bateu por duas vezes o recorde mundial da meia-maratona, com 1.05.34 em setembro, em Praga, e 1.05.16 em outubro, no Mundial de Gdynia, derrubando a anterior marca (1.06.11) da etíope Netsanet Gudeta em 2018. Foi um campeonato rijamente disputado, pois a alemã (ex-etíope) Melat Kejeta foi segunda a dois segundos e a etíope Yalemzerf Yehualaw foi terceira a três segundos!

3ª YULIMAR ROJAS (VENEZUELA)

Campeã mundial em 2017 e 2019 e vice-campeã olímpica em 2016, continuou em grande plano esta época, melhorando o seu recorde pessoal de 15,41 (ar livre) para 15,43 (pista coberta) e subindo a segunda de sempre, apenas a sete centímetros do recorde mundial (15,51) da ucraniana Inessa Kravets em 1995.

E DEPOIS…

4ª SIFAN HASSAN (HOLANDA)

Bateu o recorde mundial da hora, ao conseguir 18.930 m em Bruxelas (mais nada menos de 413 metros que a anterior marca da etíope Dire Tune em 2008), e conseguiu um recorde europeu de 10000 m, com 29.36,67 em Hengelo, onde ganhou com mais de um minuto de vantagem, subindo a quarta mundial de sempre.

E AINDA…

A etíope Yeshaneh Ababel fez a meia-maratona em 1.04.31 e bateu por vinte segundos o recorde mundial (em provas mistas) que pertencia à queniana Joyciline Jepkosgei, com 1.04.51. A israelita (de origem queniana) Lonah Chemtai Salpeter ganhou a Maratona de Tóquio com 2.17.45, marca que a coloca como sexta mundial de sempre. A queniana Faith Kipyegon correu os 1000 m em 2.29,15, saltando para segunda de sempre, apenas a 17 centésimos do recorde mundial da russa Svetlana Masterkova em 1996. E nos 10 km em estrada, a queniana Sheila Kiprotich, com 29.46 em Valência, aproximou-se a três segundos do recorde mundial de Joyciline Jepkosgei. Nos concursos, e para além de Yulimar Rojas, o destaque vai para a russa Anzhelika Sidorova, que igualou o seu melhor na vara de 4,95 (em pista coberta), marca que a coloca como quarta mundial de sempre. Com 4,92, a norte-americana   Katie Nageotte subiu a sexta de sempre. A russa Mariya Lasistkene passou 2,05 em altura (em pista coberta), a um centímetro do seu melhor.

RECORDES MUNDIAIS BATIDOS EM 2020

SUBIDAS NO TOP’10 MUNDIAL DE SEMPRE (PROVAS OLÍMPICAS)           

MELHORES MUNDIAIS DO ANO PROVA A PROVA