A Organização dos JO de Tóquio insistiu hoje que os Jogos se mantêm de pé, apesar de o Japão ter declarado o estado de emergência, a menos de 200 dias da cerimónia de abertura.
O primeiro-ministro Yoshihide Suga anunciou na quinta-feira, a declaração do estado de emergência durante um mês, cobrindo a área da grande Tóquio, com efeito a partir de hoje, enquanto o país luta contra um aumento das infeções.
Os responsáveis dos JO já disseram que está fora de questão a hipótese de outro adiamento dos Jogos. Insistiram ainda que o estado de emergência não irá atrapalhar a organização dos Jogos.
“Esta declaração de emergência oferece uma oportunidade para colocar a situação da Covid-19 sob controle e para Tóquio 2020 planear Jogos seguros e protegidos neste verão, e continuaremos com os preparativos necessários”, disse a Organização num comunicado.
Suga disse na quinta-feira que o Japão está comprometido em realizar uns Jogos Olímpicos “seguros e protegidos” e que acredita que a opinião dos cidadãos vai mudar quando o país começar a vacinação da população, processo atualmente programado para o final do próximo mês.
No entanto, o membro do Comité Olímpico Internacional, Dick Pound, disse à BBC que não poderia “ter a certeza” de que os Jogos se disputariam.
O atual estado de emergência no Japão é menos rígido do que os severos bloqueios vistos noutros países. Ele está dirigido principalmente para os restaurantes e bares, que terão que deixar de servir bebidas alcoólicas às 19 horas e fechar uma hora depois.
Mas a declaração deste estado de emergência pode endurecer a opinião pública contra os Jogos, com a maioria a opor-se a realizá-los este ano, mesmo antes do agravamento com a terceira onda.
Tóquio registou 2.392 novas infeções no último dia, um pouco abaixo do recorde anterior de 2.447 registado no dia anterior. Ainda assim, o surto no Japão permanece comparativamente pequeno, com pouco mais de 3.850 mortes no total.
O Japão ainda não aprovou uma vacina contra o coronavírus, tendo Suga afirmado que espera que as primeiras vacinas possam ser dadas no final de Fevereiro. Espera-se que os profissionais de saúde e os idosos sejam os primeiros a ser vacinados.
Pound afirmou esta semana que os atletas devem ter prioridade para a toma da vacina, para garantir que os Jogos possam realizar-se. “É uma decisão de cada país”, disse o canadiano à Sky Sports na quarta-feira. “E haverá pessoas a dizer que estão a furar a fila, mas acho que essa é a maneira mais realista de ir em frente.”
O presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Bach, disse no ano passado que o órgão “empreenderá grandes esforços” para garantir que o maior número possível de participantes e espectadores sejam vacinados antes dos Jogos.