O Comité Olímpico Internacional (COI) vai proibir a bandeira italiana e o hino nos JO de Tóquio se a questão da interferência do governo no Comité Olímpico Nacional do país não for resolvida até hoje.
De acordo com o jornal italiano La Repubblica, o Conselho Executivo do COI deve impor uma série de medidas ao Comité Olímpico Nacional Italiano (CONI) na sua próxima reunião.
O presidente do CONI, Giovanni Malagò, pareceu confirmar que o país pode enfrentar sanções do COI ao falar perante o Senado italiano, alertando que uma intervenção do governo “é necessária para impedir qualquer decisão do COI”. Malagò exortou o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte a emitir um decreto de emergência para evitar que o CONI seja sancionado.
A proibição da bandeira e do hino italiano nos JO de Tóquio, dando ao país o mesmo estatuto nos Jogos que a Rússia, está entre as punições que o COI poderia impor à CONI.
A disputa entre o CONI e o COI surgiu depois de o Parlamento italiano ter aprovado um projeto-lei na área desportiva, que criava uma organização controlada pelo governo para distribuir fundos aos órgãos governamentais nacionais do país – uma função anteriormente desempenhada pelo CONI.
O COI tem repetidamente levantado preocupações, alegando que representa uma interferência num Comité Olímpico Nacional, estritamente proibida pela Carta Olímpica.
Em Setembro, o presidente do COI, Thomas Bach, alertou que a organização estava “muito preocupada com a situação e o funcionamento do CONI”.
Bach também sugeriu que a interferência poderia levar Milão e Cortina d’Ampezzo a serem retirados dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Inverno de 2026 – embora isso seja extremamente improvável.
Normalmente, o COI emite estes avisos para pressionar o governo em causa a recuar, e espera-se que seja este, o caso da Itália.