A imprensa russa divulgou ontem um novo escândalo de doping que já está a abalar as bases do atletismo russo. Sergei Shubenkov, vice-campeão mundial dos 110 m barreiras terá testado positivo para furosemida, um diurético comumente utilizado para esconder o uso de substâncias proibidas.
O seu treinador Sergei Klevtsov desmentiu a suspeita e afirmou: “Não há comentários a fazer, já que, digamos, isso não corresponde à realidade. O que quer escrever? Deixe que eles façam isso”.
A imprensa local reconhece que atualmente a furosemida só é utilizada em modalidades em que o peso do atleta deva ser controlado, como a ginástica rítmica ou a patinagem artística.
Segundo o jornal “Sport Expres”, a concentração de furosemida detetada no corpo do atleta russo, é mínima.
Shubenkov, que tinha esperanças de competir nos JO de Tóquio como atleta neutro depois de ter falhado os JO do Rio devido ao doping de estado, terá agora que esperar o resultado do Teste B. O atleta poderá apanhar uma suspensão até quatro anos.
O ministro do Desporto da Rússia, Oleg Matitsin, terá a oportunidade de conhecer o atleta nesta sexta-feira na cidade siberiana onde mora e treina, Barnaul.
A imprensa não explica como Shubenkov terá consumido uma substância dopante quando está proibido de competir internacionalmente e todo o mundo do atletismo está com os olhos postos na Rússia.
Shubenkov, juntamente com duas campeãs mundiais, Maria Lasitskene na altura e Anzhelika Sidorova, têm sido os grandes defensores do atletismo limpo e os mais críticos da Federação Russa de Atletismo (FRA) pela sua conivência com o doping.
O atleta tinha-se encontrado recentemente com Sebastian Coe, numa tentativa de conseguir autorização para os atletas russos poderem competir no exterior.
Se o resultado positivo de Shubenkov for confirmado e ele receber a sanção correspondente, os atletas russos podem ser privados da possibilidade de competir como neutros em Tóquio.
A World Athletics informou em Dezembro passado que reabilitará a FRA, excluída desde 2015, se cumprir as reformas exigidas antes do próximo dia 1 de Março.