Um artigo publicado pela Universidade de Oslo divulgou que o uso de esteroides, mesmo que por um curto período de tempo, pode trazer efeitos permanentes ao organismo. Os investigadores consideram que essa descoberta deveria gerar mudanças nas sanções contra o doping, e que os atletas que testam positivo, deveriam ser banidos do desporto para sempre.
De acordo com o professor de fisiologia Kirstian Gundersen, durante o estudo que a sua equipa conduziu, ratos receberam doses de esteroide durante duas semanas. Ficaram depois sem os esteroides durante três meses (o equivalente a mais ou menos a dez anos na vida dos seres humanos). Após esse período, os ratos voltaram a treinar, e mesmo sem os esteroides, conseguiram apresentar um crescimento muscular até 30% maior do que outros ratos que nunca fizeram uso de esteroides e continuaram a treinar durante o período de três meses.
Fazer uso de esteroides aumenta (entre outras coisas) o número de núcleos nas células musculares, e isso facilita o crescimento muscular. O professor Gundersen afirmou que, mesmo após cessar o uso de esteroides, os núcleos extras permanecem no músculo, facilitando o aumento de massa muscular, mesmo anos depois do uso das drogas.
O estudo foi realizado com ratos. Com os seres humanos acontece a mesma coisa?
Apesar do estudo ter sido realizado com ratos, os mecanismos biológicos nos mamíferos, são extremamente similares, portanto os resultados nos humanos seriam semelhantes.
Muitas vezes, os estudos são realizados em ratos, pela facilidade de colher dados e principalmente, pela duração da vida dos animais.
Enquanto a vida de um rato de laboratório dura entre 2-3 anos, a média de vida de um ser humano é de 67 anos (depende dos países). Imagine a dificuldade em fazer um estudo longitudinal numa população humana. É muito mais fácil e rápido realizar um estudo em ratos.
Segundo Gundersen, so eu estudo aponta que “os efeitos (do uso de esteroides) nos seres humanos pode durar décadas no organismo”.
Atualmente, a sanção do Comité Olímpico Internacional é de dois anos no máximo para os atletas que fazem uso de esteroides, sendo considerada uma pena reduzida.