Depois do adiamento dos JO de Tóquio em 2020, a maratonista olímpica norte-americana Sally Kipyego e o seu treinador Mark Rowland decidiram fazer uma abordagem descontraída para o resto da época de 2020, recomeçando o treino a sério no outono passado. Agora, é o momento de voltar à competição.
Kipyego tinha previsto competir na semana passada, a Meia Maratona RAK nos Emiratos Árabes Unidos, que como se sabe, foi cancelada. Em alternativa, ela planeia correr no próximo dia 20 uma prova de 15 km em Jacksonville e depois em Abril, 10.000 m na pista, onde ela espera obter os mínimos para o Mundial de Eugene em 2022. Depois de Abril, ela vai preparar-se para a maratona olímpica de Tóquio.
E Kipyego está sonhando com uma medalha. Ela é a única maratonista norte-americana que já conquistou uma medalha olímpica, tendo conquistado uma prata nos 10.000 m em Londres 2012, então em representação do Quénia, onde nasceu.
“Sinto que se fizer um treino bom e consistente – o que tenho conseguido fazer no último ano e meio – um treino adequado, acho que terei hipóteses de ganhar medalhas”, diz Kipyego. “Esse é realmente para mim, o objetivo desta época.”
É uma meta ambiciosa para uma maratonista na casa das 2h25m e que foi apenas terceira na seletiva dos Estados Unidos. Mas Kipyego, de 35 anos, sente que ainda não demonstrou todo o seu potencial na maratona, afirmando: “Eu ainda não consegui realmente, fazer uma boa maratona”. Em Novembro de 2016, Kipyego foi segunda na primeira maratona que terminou, correndo em 2h28m01s em Nova York, atrás da vencedora Mary Keitany que venceu em 2h24m26s.
Depois em 2017, ela engravidou e demorou mais do que o esperado para regressar à sua forma habitual. Foi só no outono de 2019, quando ela correu a Maratona de Berlim em 2h25m10s, que se começou a vislumbrar a Kipyego de outrora.
Em Tóquio, Kipyego vai encontrar oposição de peso. Das sete mulheres mais rápidas da história, cinco estabeleceram os seus recordes pessoais (todas com tempos até 2h17m45s) desde o início de 2019, lideradas pela recordista mundial Brigid Kosgei com 2h14m04s em Chicago.
“Estamos a falar de Campeonatos”, diz Kipyego. “Quando o assunto é Campeonato, não é a mesma coisa que grandes maratonas, por exemplo. Ainda pode-se ser competitivo num Campeonato porque não se está a correr no ritmo da maratona de 2h14m ou 2h12m. Se a corrida for nas 2h20m, a maioria de nós consegue colocar-se lá. Então, eu acredito que se eu conseguir – e estou a tentar ficar em forma para 2h20m ou sub-2h20m em Tóquio, eu acho que se eu estiver nesse tipo de forma, as minhas hipóteses são muito boas na medalha. ”