A maratona é uma das provas mais importantes em Jogos Olímpicos, sendo uma tradição que remonta aos jogos originais da Grécia Antiga.
Quando os Jogos Olímpicos se disputaram pela primeira vez no final do século XIX, a maratona fez logo parte. Aconteceu assim em Atenas e Paris em 1896 e 1900 mas foi em St. Louis em 1904, que talvez se tenha disputado a prova mais ridícula da história olímpica.
A história dessa maratona foi recontada várias vezes ao longo dos anos, com alguns vídeos hilariantes no YouTube relembrando as situações ridículas que aconteceram ao longo da prova.
Originalmente, pensava-se que a corrida havia sido vencida pelo norte-americano Fred Lorz, o primeiro a chegar à meta. Ele até recebeu os parabéns de Alice Roosevalt, filha do então presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt.
No entanto, logo se descobriu que Lorz só correra pouco mais de metade da prova. Ele desistiu aos 9 km, apanhou uma boleia e foi na parte de trás do carro até às 19 milhas (30,5 km). Aí, Lorz decidiu saltar e continuar a correr, chegando em primeiro lugar. Ele seria banido por um ano, embora insistisse que o que tinha feito, não passava de uma piada.
O verdadeiro vencedor foi Thomas Hicks, embora não estivesse na sua melhor forma no final da prova. Ele tinha uma vantagem considerável sobre os seus perseguidores a 16 km da meta mas teve uma grande quebra.
Aquela era uma época em que não estava regulamentado o uso de abastecimentos. Então, a sua equipa de apoio decidiu dar-lhe veneno de rato para dar-lhe um pouco mais de velocidade. Funcionou, embora ele tivesse que ser literalmente carregado até à meta. Ele perdeu 3,5 kg durante a prova e quase morreu. Mas venceu!
Outro competidor, William Garcia, quase morreu ao inalar a poeira que era levantada da estrada pelos carros dirigidos pelos juízes da prova.
A história mais divertida veio provavelmente de Andarín Carvajal. Ele era um carteiro que chegou ao evento pouco antes da hora marcada, correndo com agasalhos por falta de material adequado. Então, ele cortou a parte inferior das suas calças.
Carvajal também não tinha comido nada nas 40 horas anteriores à prova! Decidiu então parar num pomar a meio do caminho, para comer algumas maçãs. Estas estavam podres, com o ‘atleta’ a ficar bastante afetado e sendo forçado a dormir uma soneca até se sentir melhor. Ainda assim, ele ficou em quarto lugar.
Outro aspeto notável foi que essa prova foi a primeira vez que teve atletas negros africanos a competirem nos Jogos Olímpicos, com Len Tau e Jan Mashiani a serem décimo e décimo segundo, respetivamente. Pensa-se que Tau poderia ter ficado mais bem classificado se não tivesse de correr cerca de 800 metros fora do percurso para se livrar de um grupo de cães que o perseguia.
É importante ressaltar que tudo isto ocorreu com uma temperatura de 32 graus centígrados, com apenas um abastecimento de água disponível para os participantes durante toda a prova. Apenas 14 dos 32 participantes terminaram a prova.