Dez semanas antes do início dos Jogos Olímpicos, Tóquio permanece em estado de emergência, 60% dos japoneses não querem os Jogos e apenas cerca de 3% deles já foram vacinados contra o coronavírus.
O estado de emergência cobrindo Tóquio e três outras regiões estava inicialmente programado para terminar na terça-feira, mas foi estendido até 31 deste mês.
Uma petição online pedindo o cancelamento dos Jogos recebeu mais de 340.000 assinaturas na noite de quinta-feira.
Mas a Organização do Jogos, o Comité Olímpico Internacional e o governo japonês mantêm-se firmes em avançar com os Jogos, mantendo-se a cerimónia de abertura marcada para 23 de Julho.
O presidente do COI, Thomas Bach, já deixou claro que não vai haver um novo adiamento, o cancelamento seria a única alternativa. Mas seria uma decisão que não teria o apoio dos atletas. Rebecca Adlington, medalhada de ouro na natação olímpica, disse que tal seria “devastador” para os atletas.
“Os atletas dedicam as suas vidas a algo que só acontece a cada quatro anos, já se passaram cinco e se for cancelado, (eles) terão que esperar mais três”, disse a britânica à Reuters.
“São milhares de atletas que perderão a oportunidade de representar o seu país e ganhar medalhas. São cinco anos de trabalho árduo, levando o seu corpo ao limite.”
Dados do COI mostram que cerca de 80% dos atletas só conseguem estar presentes numa edição dos Jogos durante as suas carreiras.
Precauções extra
Os atletas que estiverem nos Jogos já sabem que estarão sujeitos a regras rígidas e possivelmente, sem espetadores nas bancadas.
Os espetadores estrangeiros já foram banidos, enquanto se espera para o próximo mês uma decisão sobre o público japonês.
Segundo Sebastian Coe, “a grande maioria dos atletas … está compreendendo que não será o tipo de Jogos que eles já experimentaram antes … mas eles ainda sabem que preferem estar aqui do que sentados para dançar. É importante para eles.”
Noah Lyles, que espera estar presente pela primeira vez nuns Jogos Olímpicos, disse que não estava muito preocupado com a sua própria saúde. “Fui vacinado bem cedo”, disse ele à Reuters.
“Agora que a vacina está muito mais acessível para as pessoas no mundo, dá-me mais segurança de que, indo para as Olimpíadas, será mais seguro e não teremos muitos problemas. É claro que toda a gente está a tomar essas precauções extras para garantir que não tenhamos que lidar com isso.”