Os ultramaratonistas Sameena van der Mijden e Gerben Oevermans vão correr 1.000 quilómetros na Holanda durante dez dias, para chamar a atenção para a prostituição forçada e o tráfico humano. Eles começam em 16 de Junho e esperam terminar no dia 25. Um dia depois, está prevista a publicação da autobiografia de Van der Mijden, na qual ela escreve sobre os seus dois anos de prostituição forçada.
Em 2011, Sameena caiu nas mãos de um amante, que a estuprou com um grupo de amigos, a chantageou com o vídeo que fez dele e obrigou-a a trabalhar na prostituição durante mais de dois anos. Depois de ter conseguido fugir dele e ter passado por um período bastante complicado, foi a corrida que a salvou. O seu primeiro treino foi em 2013, à volta do lago, atrás da sua então casa de estudantes em Den Bosch, num circuito de 2,3 km. Ela pensou que conseguia terminar aquela volta sem parar, mas depois de algumas centenas de metros, já estava ofegante com as mãos nos joelhos. Desde então, correr tornou-se uma parte importante da sua vida. Ela agora corre em média, cerca de 120 km por semana.
Sameena tornou-se entretanto uma ultramaratonista. Quando correu uma prova de 100 km, ela pensou que aquela distância era o máximo que um corpo humano podia tolerar. Mas, apenas dois dias após a prova, ela já estava na internet a procurar uma forma de ultrapassar novamente esse limite. A próxima etapa foi uma prova de 24 horas, na qual ela chegou aos 183 km. Depois de ter sido campeã holandesa nos 100 km em 2018, ela começou a treinar no ano passado para o Spartathlon, a corrida de Atenas a Esparta, com 246 km que deve ser completada em 36 horas. Como a prova foi cancelada devido à pandemia, ela decidiu como alternativa, correr 500 km em seis dias em Dezembro, por Serious Request, numa promoção da estação de rádio 3FM para a Cruz Vermelha.