A 1ª jornada do Campeonato da Europa de Seleções, que se está a realizar na Silésia (Polónia), confirmou aquilo que se temia: Portugal não é deste campeonato. Embora, prova a prova, apenas com uma ou outra exceção, não se notasse uma grande inferioridade dos atletas nacionais, contas feitas à pontuação, a diferença é enorme: enquanto as seis primeiras seleções terminaram a jornada com apenas 14 pontos de diferença entre si, Portugal, último, está nada menos de 36,5 pontos distante da penúltima equipa, a espanhola. Dos atletas nacionais, apenas um (em 21 provas) ficou na primeira metade – e logo com um triunfo, através da excelente Liliana Cá no disco. Depois, houve dois quartos lugares (a meio da classificação), nos 400 m (Cátia Azevedo) e 4×100 m (femininos).
A grande figura da equipa nacional foi Liliana Cá, que confirmou o seu favoritismo no disco, prova na qual lançou 59,30 no primeiro ensaio, esteve na frente com um centímetro de vantagem sobre a alemã Marike Steinacker e, já vencedora, melhorou para 61,36 no quarto e último ensaio.
Cátia Azevedo foi quarta com 52,99, depois de ter entrado na reta final no 2º lugar. E a equipa feminina de 4×100 m, composta por Patrícia Rodrigues, Rosalina Santos, Catarina Lourenço e Lorène Bazolo, conseguiu excelentes 44,92, sétima marca nacional de sempre, a 22 centésimos do recorde nacional, que já data de 2009.
De entre os restantes atletas, destaque para Salomé Afonso, que melhorou o seu recorde pessoal de 2.04,90 (em 2018) para 2.04,04, subindo a 10ª portuguesa de sempre. Foi 5ª, beneficiando da desclassificação da alemã Christina Hering.
Duas desilusões na equipa nacional foram Patrícia Mamona e Francisco Belo. Mamona, que se apresentava como favorita, fez a chamada sempre longe do limite e foi apenas 6ª (com um escasso centímetro de vantagem sobre a última), com 13,88, numa prova ganha pela francesa Rouguy Diallo, com “apenas” 14,12.
De quem também se esperava bem mais era de Francisco Belo que, no entanto, ficou longe do seu habitual desta época, durante a qual tem sido regular acima de 20 metros e nunca havia feito menos de 19 metros. Limitou-se a lançar 18,88 no melhor dos apenas três ensaios que teve, tal como aliás Patrícia Mamona. Incompreensível, numa competição apenas coletiva, que só os quatro primeiros ao fim dos três ensaios iniciais tenham direito a um quarto ensaio. Todas as equipas deveriam ter iguais oportunidades.
A grande figura do dia foi o alemão Johannes Vetter, vencedor do dardo com a melhor marca mundial do ano (96,29), numa prova na qual Roberto Orlando (3º) bateu o recorde de Espanha, com 84,80. Também o italiano Yemaneberhan Crippa esteve em foco, ao bater o recorde dos campeonatos nos 5000 m, com 13.17,23, à frente do francês Hugo Hay (13.17,95) e do espanhol Carlos Mayo (13.18,15), ambos com bons recordes pessoais.
A luta coletiva está renhida, com apenas ponto e meio a separar as três primeiras formações: Grã-Bretanha, 95; Polónia, 94,5; Alemanha, 93,5. E a Itália (87 p.) está perto… Destaque para o facto de a Alemanha não ter pontuado em duas provas, por desclassificação da corredora de 800 m e desistência da equipa feminina de 4×100 m, que havia ganho. A Itália não apresentou saltador em altura.
VENCEDORES:
Masculinos:
100 m Mouhamadou Fall FRA 10,28 (-0,5)
400 m Thomas Jorfier FRA 45,65
1500 m Robert Farken ALE 3.56,64
5000 m Yemaneberhan Crippa ITA 13.17,23
400 bar. Alessanfro Sibilio ITA 49,70
Altura Norbert Kobielski POL 2,24
Comp. Filippo Randazzo ITA 7,88 (-0,5)
Peso Michal Haratyk POL 21,34
Dardo Joanannes Vetter ALE 96,29
4×100 m Alemanha ALE 38,73
Femininos:
100 m Pia Skrzyszowska POL 11,25 (+1,3)
400 m Natalia Kaczmarek POL 51,36
800 m Ellie Baker GBR 2.00,95
3000 m Revee Walcott-Nolan GBR 9.13,36
3000 ob. Alicja Konieczek POL 9.35,63
400 bar. Lina Nielsen GBR 55,59
Vara Roberta Bruni ITA 4,45
Triplo Rouguy Diallo FRA 14,12 (+0,5)
Disco Liliana Cá POR 61,36
Martelo Alexandra Tavernier FRA 75,06
4×100 m Grã-Bretanha GBR 43,36
PORTUGUESES:
Masculinos:
100 m 6º Diogo Antunes 10,48 (-0,5)
400 m 6º Mauro Pereira 47,16
1500 m 5º Isaac Nader 3.58,50
5000 m 6º Samuel Barata 13.51,94
400 bar. 7º Diogo Mestre 54,30
Altura 5º Victor Korst 2,10
Comp. 7º Ivo Tavares 7,27 (-0,5)
Peso 6º Francisco Belo 18,88
Dardo 5º Leandro Ramos 76,18
4×100 m 7º Portugal 39,88
Femininos:
100 m 7ª Lorène Bazolo 11,45 (+1,3)
400 m 4ª Cátia Azevedo 52,99
800 m 6ª Salomé Afonso 2.04,04
3000 m 7º Lia Lemos 9.33,31
3000 ob. 6ª Joana Soares 9.58,63
400 bar. 6ª Vera Barbosa 57,78
Vara 5ª Marta Onofre 3,90
Triplo 6ª Patrícia Mamona 13,89 (-0,5)
Disco 1ª Liliana Cá 61,36
Martelo 7ª Vânia Silva 59,58
4×400 m 4º Portugal 44,92
Pontuação no final da 1ª jornada: 1º Grã-Bretanha, 95; 2º Polónia, 94,5; 3º Alemanha, 93,5; 4º Itália, 87; 5º França, 83,5; 6º Espanha, 81; 7º Portugal, 44,5.
Qualquer pessoa que siga atletismo e minimamente consciente ja saberia que o panorama era favoravel! Mas houve aqui desaires e descuidos ou sei la o que e o mais estranho é a convergencia que houve desses desaires que e de bradar aos ceus. Nao foi so Mamona e Belo,. Foram Ivo, Antunes Nader Barata…enfim parece que combinaram todos nivelar por baixo!!!
Esta prestação está a ser desastrosa!
Foi doloroso ver hoje o que se passou, sabíamos que nos manter na superliga era uma tarefa quase impossível, mas assim para além de impossível é constrangedora.
Em termos psicológicos a equipa deve estar de rastos e desmotivada.
Amanhã, era bom que o dia comece com prestações acima do esperado, para ver se anima os próximos a competir, pois psicologicamente era muito bom isso acontecer.
Boa Sorte é ânimo para amanhã.
Mais incompreensível ainda é a regra que, nos lançamentos e nos saltos horizontais, permite que um dos 3 melhores classificados até ao penúltimo ensaio possa ser declarado vencedor em detrimento de outro concorrente que ao longo de todo o concurso tenha um desempenho superior. Gostava de perceber qual é a lógica de tal regra que me parece totalmente inaceitável.
Essa regra é na liga de Diamante, na Superliga não funciona assim.
Só os 3 melhores lançam ou saltam uma vez mais, mas o resultado último não é o que decide a Vitória.
* os 4 melhores é não 3 como escrevi!