Depois de uns campeonatos de 2020 marcados pela pandemia, os Nacionais Sub’23, os primeiros desta época de ar livre (seguem-se os juniores no próximo fim-de-semana), já retomaram a sua realização normal e acabaram por ser bem positivos, com um total de 31 marcas vencedoras (15 masculinas e 16 femininas) melhores que as suas homólogas de 2019, contra apenas 13 piores (7+6). Já em relação às marcas dos terceiros classificados houve 23 melhores e 18 piores (uma igual), mas com o setor masculino mais favorável (12-8 e uma igual) que o feminino (11-10). Considerámos, para além das provas do fim-de-semana, em Coimbra, as anteriormente realizadas 10000 m e provas combinadas.
Apenas se registaram um recorde dos campeonatos e outro igualado: nos 400 m, por Ericsson Tavares, com 47,02, e nos 4×100 m pela equipa feminina do Benfica, com 41,80, respetivamente.
Há, entretanto, que levar em conta o facto de nada menos de nove dos 20 campeões masculinos individuais estarem no seu último ano como sub’23 e no conjunto dos 20 pódios, tal suceder com 22 dos 60 atletas neles presentes (9 primeiros, 10 segundos, 3 terceiros). No setor feminino, ao invés, serão bem poucos os “abandonos”: quatro campeãs, duas segundas e duas terceiras. Enquanto nos rapazes, os melhores juniores (5) “apenas” conseguiram terceiras posições, entre as raparigas houve 5 campeãs, 6 segundos e 4 terceiras. Foram campeãs, Camila Gomes (800 m), Rita Figueiredo (1500 m), Milena Lucena (altura), Rosa Djombate (triplo) e Débora Quaresma (peso).
Nada menos de nove campeões individuais masculinos (quase metade!) e três femininos (ou cinco se consideramos as juniores que há um ano ganharam mas não tiveram direito a medalha) repetiram os títulos do ano passado. E houve três campeões de 2020 agora segundos classificados, entre os quais João Coelho, que correu como individual, depois de se desvincular do Benfica.
De entre os que renovaram os títulos, há casos bem especiais:
– Leandro Ramos foi campeão do dardo pelo 4º ano consecutivo e… ainda será sub’23 em 2022. É campeão desde júnior de 1º ano (1998). Poderá igualar António Rodrigues (400 m) e Miguel Carvalho (marcha), cinco vezes campeões entre 2006 e 2010 e entre 2012 e 2016, respetivamente.
– Isaac Nader ganhou pela 4ª vez consecutiva os 1500 m, mas já não será sub’23 na próxima época. Mas além destes quatro títulos de 1500 m, tem dois de 800 m.
– Paulo Soares conseguiu o 3º título consecutivo de 400 m barreiras e continuará sub’23 mais um ano.
– Emanuel Sousa, que desta vez também ganhou o peso, somou o terceiro (mas último) título do disco.
– Paulo Martins ganhou três títulos na marcha, que poderiam ter sido quatro caso tivesse participado na época passada.
No setor feminino:
– Catarina Lourenço conquistou o quarto título consecutivo nos 200 metros e ainda poderá ganhar um quinto em 2022.
– Ivanilda Lopes ganhou o terceiro no disco e ainda poderá juntar-lhe um quatro título.
– Juliana Guerreiro conquistou o terceiro título nos 400 m barreiras, se considerarmos a vitória da época passada… mas sem direito a medalha por ser júnior.
E esperemos por uns campeonatos de juniores igualmente bem animados, sábado e domingo, em Viana do Castelo, na pista com o nome da grande maratonista que foi Manuela Machado.