Allyson Felix, de 35 anos, garantiu ontem a sua participação pela quinta vez em Jogos Olímpicos ao ser segunda na final dos 400 m na seletivas americanas.
Foi o momento mais emocionante do dia em Eugene. A prova foi vencida por Quanera Hayes em 49,78 com Allyson Felix em 50,02 e Wadeline Jonathas em 50,03 nos lugares imediatos.
Allyson teve direito a uma ovação de pé bem merecida do público presente no estádio, depois de dar tudo na reta final para conseguir um lugar no pódio. “Estou muito orgulhosa de estar lá, orgulhosa de ter lutado porque não tem sido fácil há vários anos ” , disse a atleta. Mas se há uma coisa que posso fazer é lutar! “
Ela não corria tão rápido desde 2017. Uma longevidade notável para ela, presente em Jogos Olímpicos desde a edição de 2004 em Atenas. É a atleta feminina de maior sucesso nos Jogos Olímpicos com seis medalhas de ouro (4×400 m em 2008; 200 m, 4×100 m e 4×400 m em 2012; 4×100 m e 4×400 m em 2016). Também ganhou duas medalhas de prata em 200 m em 2004 e 2008 e uma do mesmo metal nos 400 m em 2016. Sem esquecer os seus 13 títulos mundiais!
Mãe de uma menina que nasceu muito prematuramente em novembro de 2018, Allyson também se envolveu nos últimos anos em várias lutas sociais, apoiando o movimento Black Live Matters ou mais perto do atletismo, o destino reservado por alguns patrocinadores às atletas que ficaram grávidas e depois privadas de um contrato. Foi o que lhe sucedeu em 2019 com o seu antigo histórico fornecedor de equipamentos, a Nike, que mudou o seu comportamento no assunto após a cobertura da imprensa sobre a sua atitude para com Allyson, que passou a correr sob as cores da subsidiária de roupas desportivas da gigante Gap.
A atleta também se inscreveu nos 200 m, com as eliminatórias marcadas para quinta-feira.
Os 400 m masculinos despertaram menos entusiasmo, com o favorito Michael Norman a vencer em 44,07, o seu melhor tempo da época, à frente de Michael Cherry (44,35) e do jovem de 20 anos, Randolph Ross (44,74), que na semana passada no mesmo lugar durante as finais universitárias, tinha corrido em 43,85, melhor desempenho mundial da época.
Winkler impressiona no martelo
Rudy Winkler, de 26 anos, estabeleceu um novo recorde nacional do martelo com 82,71 m, apagando a marca de 82,52 m estabelecida em 1996 por Lance Deal. Winkler, cujo recorde pessoal era de 81,98 m, estabelecido há dois meses já em Eugene, foi extremamente consistente, acertando o martelo cinco vezes em seis a mais de 80 m. O seu novo recorde dos Estados Unidos é também o segundo melhor desempenho mundial do ano, atrás dos 82,98 m do polaco Pawel Fajdek. Winkler será acompanhado em Tóquio por Daniel Haugh (79,39 m) e Alex Young (78,32 m).
Kendra Harrison domina 100 m barreiras
Em 2016, Hendra Harrison foi apenas sexta nas seletivas, falhando os JO do Rio de Janeiro. Agora, ela dominou os 100 m barreiras em 12,47 (+0,8 m/s), superando a campeã olímpica de 2016, Brianna McNeal (12,51) e Christina Clemons (12,53).
O decatlo foi vencido por Garrett Scantling com 8.647 pontos, um novo recorde pessoal. Ele será acompanhado em Tóquio por Steven Bastien (8.485 pontos) e Zach Ziemek (8.471 pontos).
Na altura feminina, venceu Vashti Cunningham com 1,96 m, à frente de Inika McPherson (1,93 m) e Nicole Greene (1,93 m).
O triplo salto feminino foi vencido por Keturah Orji, quarta nos JO do Rio, com 14,52 m (+ 0,9 m/s), à frente de Tori Franklin (14,36 m, + 1,4 m/s) e Jasmine Moore (14,15 m, + 1,6 m/s).